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Polícia Federal prende acusados de matar vereadora Marielle Franco

Caso Marielle: Polícia Federal revela delação premiada

Foto: Divulgação/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

A Polícia Federal prendeu, na manhã deste domingo, três acusados pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, bem como da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Tratam-se de  Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio. A determinação partiu do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As prisões são de natureza preventiva. E a operação, batizada de “Murder Inc”, cumpre ainda, 12 mandados de busca e apreensão, todos na cidade do Rio de Janeiro. A ação conta com a participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Além deles, também atual em apoio a Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro. De igual forma, a Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Apesar de se tratar de um domingo, não existem impeditivos legais para a realização da operação no dia de hoje. Justamente, esse se tratou do principal elemento considerado pela PF para entrar em campo: o fator surpresa.

Considerando haver risco de vazamento de informações, que poderiam resultar em potencial risco de fuga, o chefe da operação no Rio de Janeiro não quis perder tempo. Reuniu a equipe para este domingo, dando apenas informações genéricas, e surpreendeu os alvos.

Repercussão

A família de Marielle Franco saudou as prisões como um “dia histórico para a democracia brasileira”, pronunciando-se através de uma nota. Assinam o texto os pais Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva Neto, bem como a filha Luyara Santos. Igualmente, assina o documento a atual Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle.

Íntegra da nota

“Neste Domingo de Ramos (24), dia de celebrar nossa fé, a luta por justiça, e na liturgia o domingo que antecede a Páscoa sobre recomeços e ressurreição, acordamos com a notícia da operação conjunta da Procuradoria Geral da República, Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal.

Hoje é um dia histórico para a democracia brasileira e um passo importante na busca por justiça no caso de Marielle e Anderson. São mais de 6 anos esperando respostas sobre quem mandou matar Marielle e o por quê?”

A resolução do caso é central para nós, mas não apenas. Hoje, falamos da importância desta resposta para todo o Brasil, os eleitores de Marielle, para defensoras e defensores de direitos humanos e para a população mais vulnerabilizada desse país.

É importante não perdermos de vista que até o momento ninguém foi efetivamente responsabilizado por esse crime, entre os apontados como executores e mandantes. Todas as prisões são preventivas e ainda há muita coisa a ser investigada e elucidada, principalmente sobre o esclarecimento das motivações de um crime tão cruel como esse. Mas, os esforços coordenados das autoridades são uma centelha de esperança para nós familiares.

Reconhecemos o empenho da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Ministro Alexandre de Moraes do STF para avançar por respostas sobre o caso, agora aguardamos o resultado da condução da investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis pelas obstruções da justiça.

Neste dia de dor e esperança, nossa família segue lutando por justiça. Nada trará nossa Mari de volta, mas estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos.

Com esperança e luta,

Marinete, Anielle, Antônio e Luyara”.

 

 

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