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Caso TAP: Irmã de criança com autismo e treinador de cães embarcam com labrador Teddy para Portugal

Labrador Teddy embarca para Lisboa no Galeão, ao lado da irmã da menina autista, após dias de veto da TAP.

Labrador Teddy, cão de serviço e apoio de Alice, criança com autismo (TEA), embarca para Lisboa no Galeão, com a irmã Hayanne Grangeiro e do treinador Ricardo Cazarotte, após TAP descumprir decisão judicial | Agência Folha do Leste

O cão de serviço Teddy, da raça labrador, enfim embarcou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, sexta-feira (30) rumo à Lisboa, em Portugal. Lá, ele vai reencontrar sua companheira Alice, criança de 9 anos com Transtorno do Espectro Autista, de quem está separado há exatos 52 dias. Ele está acompanhado de Hayanne Grangeiro, irmã da criança, assim como do treinador de cães Ricardo Cazarotte. Dessa vez, não houve nenhum transtorno para sua viagem.

Cão Teddy no aeroporto do Galeão | Agência Folha do Leste

Cão Teddy no aeroporto do Galeão | Agência Folha do Leste

O  capítulo mais tenso dessa história ocorreu no sábado (24), quando FOLHA DO LESTE denunciou primeiramente que a companhia aérea TAP estava descumprindo uma decisão judicial  determinando o embarque  de Teddy no voo TP-74, em companhia de Hayanne, irmã da criança.

Labrador Teddy, cão de serviço e apoio de Alice, criança com autismo (TEA), embarca para Lisboa no Galeão, com a irmã Hayanne Grangeiro e do treinador Ricardo Cazarotte, após TAP descumprir decisão judicial | Agência Folha do Leste

Hayanne Grangeiro e o treinador Ricardo Cazarotte acenam após acessar área de embarque internacional do Aeroporto do Galeão, levando o  cão Teddy para Alice, criança com autismo (TEA), que está em Lisboa | Agência Folha do Leste

Após nossa reportagem, o assunto teve repercussão nacional e internacional, chegando a envolver o Ministério dos Portos e Aeroportos. O órgão conseguiu alcançar um acordo juntamente com a família e a TAP para a viagem de hoje. Mesmo assim, a questão continuará em discussão na Justiça, sobretudo em razão de pedidos de indenização por danos morais e materiais.

Cão Teddy recebeu atenção da imprensa desde o desembarque, ainda no estacionamento do Aeroporto

Cão Teddy recebeu atenção da imprensa desde o desembarque, ainda no estacionamento do Aeroporto | Agência Folha do Leste

Justiça decidiu e TAP não cumpriu

O caso tramita na Comarca de Niterói do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desde que a família viajou em 8 de abril. Perante o Poder Judiciário, a família comprovou que o cão possuía documentação completa, certificados sanitários e laudos médicos que atestavam sua função de suporte emocional. 

Em suma, a Justiça já havia determinado, que a TAP emitisse passagens em classe executiva para Hayanne, irmã de Alice, acompanhar Teddy até Portugal. 

Separação terá fim

Alice e Teddy juntos | Reprodução/Arquivo Pessoal

Alice está separada do cachorro de apoio emocional desde 8 de abril, quando embarcou sem o cão para Lisboa, quando a questão teve início. Naquela ocasião, a companhia aérea portuguesa TAP impediu seu embarque, em companhia da família. O pai de Alice, o médico Ricardo Sá se deslocava a Portugal por motivos profissionais, necessariamente com a esposa e a própria criança.

De acordo com a família, toda documentação exigida para a viagem estava devidamente correta, assim como certificada previamente pela própria TAP. Dado o vínculo de afeto e cumplicidade entre o cão e a criança, principalmente pelo Transtorno do Espectro Autista, houve grande trauma causado à criança. Acima de tudo porque ela já estaria acostumada a fazer viagens internacionais acompanhada de Teddy na cabine de voo.

Sofrimento e crise

O embarque marca o fim — ao menos parcial — de um dos episódios mais dramáticos envolvendo desrespeito a uma decisão judicial por parte da companhia aérea TAP Air Portugal. A empresa havia vetado, por duas vezes, o embarque do animal. Na segunda vez o fez, mesmo diante de ordem judicial que autorizava expressamente a viagem, sob pena de responsabilização legal.

Cão Teddy recebeu atenção da imprensa desde o desembarque, ainda no estacionamento do Aeroporto | Agência Folha do Leste

Labrador Teddy, de Niterói para o mundo, no estacionamento do Aeroporto do Galeão | Agência Folha do Leste

A separação do cão gerou uma crise profunda na menina, que vive em Lisboa e tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a família, o cão é essencial para a estabilidade emocional da criança, que não compreende situações de abandono ou ausência abrupta.

A expectativa agora é de reencontro no sábado (31), em solo português. A família acredita que a chegada de Teddy será decisiva para restaurar a tranquilidade da menina, que desde a separação sofre crises frequentes e dificuldade de comunicação.

Procurada por nossa reportagem, a TAP jamais retornou nosso contato.

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