As polícias Militar e Civil prenderam o traficante Gabriel Silva Conceição, vulgo “GBR”, de 22 anos, na noite desta quinta-feira (9), na Rua 52, no Engenho do Mato, Região Oceânica de Niterói. Contra ele, havia um mandado de prisão de recaptura, expedido desde janeiro desse ano pela Vara de Execuções Penais da Capital.
No ato da prisão, Gabriel estava em poder de 64 pinos de cocaína, apreendidos pela PM. A ação teve uma participação anônima, mas fundamental: uma informação obtida através do serviço “Disque-Denúncia”.
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Gabriel, apontado como gerente do tráfico de drogas, pertence à facção criminosa Comando Vermelho e cumpria pena de 9 anos, 2 meses e 10 dias pelo crime de tráfico de drogas, bem como por associação para o tráfico. Ele esteve preso de maio de 2020 até dezembro do ano passado, quando usufruiu do benefício da “Visita Periódica ao Lar”, conhecido como “saidinha”. Porém, ele não retornou à sua unidade prisional.
Em 2021, a 4ª Vara Criminal de Niterói sentenciou Gabriel. E a Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro manteve a sentença condenatória do criminoso. Como não houve mais recursos à instâncias superiores, o processo transitou em julgado.
GBR, o rei da fuga
Policiais Civis da Delegacia de Itaipu (81ªDP) deram apoio à operação dos policiais militares do 12º Batalhão. Ao perceber o aparato policial, GBR tentou fugir desesperadamente, chegando a jogar uma sacola com 64 pinos de cocaína dentro de uma casa. Porém, após um cerco tático bem montado pelos policiais, ele foi preso, tal qual as drogas apreendidas.
Flagrante e tentativa de fuga, em 2020
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), e de acordo com a sentença em seu desfavor, na primeira vez em que foi preso, no dia 02 de maio de 2020, Gabriel estava com outros dois traficantes, na Rua 53, no Engenho do Mato. Sabidamente, trata-se de local habitual de tráfico de drogas na Região Oceânica.
Naquela ocasião, com a chegada de uma guarnição da Polícia Militar no trecho conhecida como “Beco”, o bando entrou em confronto balístico com os agentes da lei. Eles estavam em uma moto. Os policiais revidaram, ao passo que um comparsa de Gabriel, conhecido como “Nego Thu”, acabou morto no local.
Em seguida, mesmo baleado, GBR tentou fugir, carregando consigo uma mochila com 60 capsulas de cocaína e mais de 30 tabletes de maconha. Porém não logrou êxito, pois o tiro havia atingido sua perna. Acabou capturado, juntamente com o outro comparsa, Luiz Gabriel.
Próximos procedimentos
Após a prisão, os policiais levaram GBR para a 81ª DP, onde houve o registro da ocorrência. Posteriormente, ficou à disposição da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro para recondução à penitenciária. No entanto, diante do novo flagrante, o traficante aguarda audiência de custódia, que acontecerá neste sábado (11), às 13h, na Comarca da Capital.
Defesa do criminoso
Inicialmente, quando preso pela primeira vez, em 2020, Gabriel negou as acusações. Afirmou que trabalhava como ajudante de mecânico e que ganhava R$500,00 por semana.
“Sei soldar, pintar, sei fazer tudo. Já tive passagem quando era menor, pelo artigo 33. Cumpri a medida, em 2017. Assinei tudo. Fui detido nessa região mesmo”, confessou.
Segundo disse à Justiça, GBR afirmou que não estava com os demais envolvidos na operação policial, nem na apreensão do material que o policial disse que ele estaria.
“Eu não fui pego junto com ninguém. Fui pego sozinho na rua. Não foi nem os policiais que me viram, foram os moradores da rua que me socorreram na hora. Não tinha polícia. Ouvi os disparos dos tiros. Minha sogra mora ali. Não estava de moto, não estava com ninguém, estava andando sozinho na rua. Eu ouvi disparo primeiro, estava passando na rua. Tinha criança brincando na rua, eram umas seis horas da tarde. Tinham crianças, tinham moradores na rua. Quando ouvi um primeiro disparo, eu voltei. Quando fui tentar sair do local já cai no chão. Eu fui tentar correr porque ouvi os disparos. Um dos disparos pegou na minha perna. Quando olhei para minha perna ela estava esfacelada. Não estava na companhia de ninguém”, argumentou.
Fim da “saidinha”
Recentemente, o Congresso Nacional aprovou um projeto que endurece as regras para as chamadas “saidinhas” dos presos. Porém, parte da lei acabou vetada pelo presidente Lula. Entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil apelam pela manutenção da medida. Entretanto, deputados e senadores tem maioria para derrubar o veto de Lula, mas os governistas querem ganhar tempo para amadurecer o debate. Todavia, essa semana, um acordo entre governistas e oposicionistas estabeleceu que o tema terá apreciação no final do mês, em 28 de março.