Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Federal (PF) deflagrou, no Rio de Janeiro, uma operação contra as bilionárias fraudes apuradas nas Lojas Americanas. Batizada de “Operação Disclosure“, a ação, autorizada pela 10ª Vara Federal Criminal, tem origem em fraudes cujas somas chegaram a R$ 25 bilhões. Participam, ainda, da força-tarefa, o Ministério Público Federal (MPF) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual diretoria do Grupo Americanas colaborou com informações.
A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens dos ex-executivos no valor total de meio bilhão de reais. De igual forma, a inclusão do nome de eventuais foragidos no exterior na lista de procurados da Interpol.
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A “Operação Disclosure” teve esse batismo inspirada na expressão em inglês que representa o fornecimento de informações para todos os interessados na situação de uma companhia. No caso da Americanas, tal transparência somente se concretizou após a descoberta de balanços fraudulentos e constatação de fraude contábil.
Segundo as investigações, houve a prática de diversos crimes, tais como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em caso de condenação, as penas , somadas, podem chegar a 26 anos de prisão.
Desse modo, agentes estão nas ruas para o cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão. Dentre os alvos, há ex-executivos da Americanas, sobretudo Miguel Gutierrez, ex-ceo da empresa. Entretanto, ele está vivendo na Espanha, na capital Madri, há cerca de um ano. Todavia, um dos endereços em que a PF tem a missão de cumprir mandados se trata da avenida Delfim Moreira, no Leblon, onde o ex-executivo morava.
O Golpe
Segundo apontam as investigações, as fraudes aconteciam em operações conhecidas como de risco sacado, dessa forma:
- Antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos
- Registro contábil de reembolso de verbas de propaganda cooperadas que jamais existiram
- Compra e venda de ações no mercado financeiro com o uso de informações privilegiadas, o que constitui fraude.