Avó e neto caminham de mãos dadas em pier, admirando o mar, em dia ensolarado – Data Comemorativa é assunto sério – Dia dos Avós | Acervo Pessoal/Angel Cavalcanti
Comemoramos o “dia dos avós” no dia 26 de julho, data reflexiva e de homenagens originada pela igreja católica, em referência a São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, mãe de Jesus.
Com o passar do tempo, principalmente nos calendários escolares, a data foi incluída carinhosamente como um momento de encontro e integração familiar e de celebração as nossas origens. Ter e conviver com os avós proporciona um momento de acolhimento àqueles que são o mais longínquo elo da convivência com a nossa descendência, proporciona as gerações mais jovens de cada família a possibilidade de conhecer “o tempo que não volta mais” e de compreender que a linha da convivência humana muda, e ainda assim preserva, fundamento da cultura como um todo.
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Devido à evolução dos meios de comunicação global e da longevidade conquistada pela melhoria da saúde, alimentação e consciência integrativa sobre a qualidade de vida, vivemos mais, nos instruímos mais, nos conectamos mais e os mais velhos estão inseridos nesse contexto.
Contudo, em contrapartida, essa mesma facilidade e ampliação de perspectivas gerou dilemas como a exclusão tecnológica dos idosos em diferentes situações do cotidiano, dificuldade de acesso amplo e universal a direitos básicos e uma evidente mudança do tratamento no que diz respeito ao “seu valor” no cotidiano social, como um todo.
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O avanço da tecnologia contribui em muito, mas, essa perspectiva já não é sentida quando a “evolução técnica” interfere na extinção de profissões operacionais e de serviço, que ainda fazem parte da vida e do cotidiano daqueles que, hoje, estão nas faixas etárias a partir dos 50 anos. Precisamos refletir e considerar que a cultura do descartável, do modificável e da adaptabilidade das habilidades humanas requer tempo, e precisa ser tratada com respeito à singularidade, a individualidade e ao processo do envelhecer humano, que exige cuidados, paciência e desaceleração.
Até que ponto o envelhecer está sendo pensado em família? Pela empresa e pelas políticas públicas, com a devida atenção que necessita, de modo regional e global? Falar disso há 50 anos já era de vanguarda. Pensar “sobre” no presente é urgente e totalmente necessário.
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O entendimento do conceito do envelhecimento acelerou e se modificou. O considerado passado nunca foi tão evidente quando percebemos em nossas mãos um aparelho celular, por exemplo, que era um sonho distante de ficção científica demonstrado nos “telecomunicadores” na já “vintage” sequência de filmes da saga “Jornada nas Estrelas”.
Casal de avós com netos sorrindo, abraçados e sentados em jardim, em dia ensolarado – Data Comemorativa é assunto sério – Dia dos Avós | Reprodução
Os avós são referencia e factualmente a demonstração de que tudo criado tem uma origem e que nenhuma novidade acontece do nada. Há um processo, uma história, um tempo. Existem elos que nos unem ao nosso passado na convivência (ou não) com os avós, seja por meio do que aprendemos socialmente, seja pelas nossas características genéticas adquiridas. O modo de falar que lembra a vovó, o formato do rosto que é igual ao do vovô…
A inclusão social do idoso passa por tantos detalhes importantes, quanto a das PcD. Adaptabilidade física e arquitetônica, acolhimento social, respeito moral, leis atualizadas e ações inclusivas amplas.
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Desejar um feliz dia dos avós é ser ativista de um mundo melhor para todos e em todas as idades. É compreender que o não validado para uma sociedade melhor e sadia precisa ser analisado e modificado com urgência, com integridade e dignidade. O idoso não quer benefícios assistencialistas por si sós ele necessita de adequações com responsabilidade social e competência profissional. O idoso é um cidadão ativo, participativo, fazedor de cultura e idealizador de um mundo que está por vir. Ser avô e avó sempre foi, mas percebemos com ênfase nos dias atuais, serem mantenedores financeiros de filhos adultos desempregados e de netos que anseiam por uma realidade de oportunidades.
De certo modo, os calendários escolares do ensino infantil e fundamental perceberam que, ao longo dos últimos 25 anos, devido à realidade atual, desejarem um “feliz dia dos avós” tem o mesmo “peso simbólico” que desejar um feliz dia das mães e dos pais. Explodiu o número de avós e avôs que revivem e desempenham, atualmente, o papel dobrado como responsáveis sociais e financeiros por si mesmos, dos filhos adultos e dos seus netos. Esse fato é sério, preocupante e requer ser analisado com muita atenção, por parte da sociedade, como um todo.
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Ser avô e avó é ser! É ocupar um espaço vital e ter voz ativa e participativa em todas as esferas da sociedade. Essa história de que o idoso “não precisa votar” é exatamente nesta faixa etária, por opção pessoal, que todos vocês precisam ser a decisão e a voz a ser ouvida e com peso!
Um feliz dia dos avós, todos os dias, é pouco. Agradecer essa convivência, essa existência e as infinitas dedicações de cuidados são essenciais. É urgente olhar a velhice como o que ela é: parte! Não como o fim. É preciso amor e respeito com o idoso como prova de que a história dos nossos avós é a nossa própria raiz mais imediata; a base do que somos e do que seremos em breve. E que não seja breve e que seja o melhor possível, para todos!
