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Cubango brilha na Intendente e sonha com volta à Sapucaí

Sob o véu da noite, onde o céu se confunde com o brilho das estrelas, a Acadêmicos do Cubango entoou seu canto de glória no Carnaval de 2025, encerrando a festa com uma aura dourada que reverberou além do asfalto. Em um gesto audacioso, a escola não apenas desfilou, mas transcendeu, deslumbrando a avenida com esplendor no último dia da Série Prata, já na madrugada de Quarta-Feira (5) de Cinzas .

Com maestria, a escola promoveu o encontro de suas cores – o verde e o branco – com outras de brilho intenso como o ouro e a prata, resultando em um espetáculo surpreendente e mágico, quase alquímico. A diferença já se fez sentir nos primeiros passos na Intendente, revelando uma Cubango buscando sua ascensão na Série Ouro com ousadia e inovação.

E no centro desse ritual, o intérprete de Exu surgiu como uma figura hipnótica, não apenas pela riqueza de sua fantasia, mas pela maneira como seu corpo e seu olhar transmitiam energia ao mesmo tempo assustadora e fascinante. Tal qual se o próprio orixá tivesse descido à avenida, guiando a escola com sua presença imponente.

O Chamado de Àyàn

O enredo “Àyàn, o Espírito dos Tambores”, concebido pelo visionário carnavalesco André Tabuquine, celebrou na avenida um ritual, um chamado às forças sagradas que habitam o invisível. Os atabaques, carregados de mistério e poder, conduziram a escola como se fossem os próprios pés de Xangô batendo no chão.

Invocando Exu, o mensageiro dos caminhos abriu as portas para que Cubango dançasse sua jornada rumo à consagração. Nos primeiros acordes do samba-enredo, a Intendente estremeceu, como se os tambores fossem a voz dos ancestrais, ecoando através do tempo.

A escola verde e branco não apenas desfilou – ela reescreveu sua história no ritmo frenético de uma nação que luta para retornar ao seu lugar de destaque. O destino de Cubango agora repousa nas mãos dos jurados, mas sua narrativa já está gravada no livro sagrado dos tambores. Se os orixás assim permitirem, e se Xangô inspirar aqueles que têm o poder de conceder notas máximas, ela retornará à Marquês de Sapucaí.

A comissão de frente surgiu como um sopro de simplicidade e impacto, numa performance de uma energia contagiante inspiradas pelas coreógrafas Érika Souza e Sabrina Sant’Ana.

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Aline Flores e Wanderson Silva foram a encarnação da poesia em movimento., defendendo o pavilhão verde e branco da Academia. Em seus passos, havia uma conexão profunda entre o espiritual e o natural, como se cada giro fosse uma reverência aos deuses. Aline, com sua dança vigorosa, fez com que sua fantasia ganhasse vida, transformando-se em uma extensão de seu corpo. Juntos, eles transmitiram não apenas a responsabilidade de seus cargos, mas a essência de uma história que precisava ser contada.

A ala das baianas flutuou pela avenida como uma entidade única, integrando-se perfeitamente às demais alas sem perder seu brilho individual. As cores branco, verde e laranja se fundiram em uma sinfonia visual.

A evolução equilibrada da escola se uniu ao canto uníssono dos componentes juntamente com o intérprete Alexandre Simpatica e pela bateria. Eles mantiveram sua energia intacta mesmo sob o peso da madrugada. O samba-enredo e a batida dos tambores não apenas cumpriram sua missão – eles celebraram as raízes ancestrais do samba de Niterói, elevando a Acadêmicos do Cubango ao patamar de lenda.

E assim, sob o olhar atento dos orixás, a escola escreveu seu nome não apenas no asfalto, mas no coração de todos que testemunharam seu desfile. O Carnaval de 2025 ficará lembrado como o ano em que Cubango não apenas desfilou, mas transcendeu, levando consigo o espírito dos tambores e a alma de uma nação.

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