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O fim do mito da mãe perfeita

O fim do mito da mãe perfeita

O fim do mito da mãe perfeita | Imagem Criada Rita Carvalho

Bert Hellinger, o psicoterapeuta alemão conhecido por desenvolver as Constelações Familiares, ofereceu uma visão transformadora sobre a maternidade. Ele desafiou o mito da “mãe perfeita”, argumentando que tal ideal é não apenas inatingível, mas também prejudicial para a mãe e para os filhos.

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Na sociedade, muitas vezes se cultua a imagem da mãe perfeita — uma figura sempre amorosa, paciente e infalível. No entanto, Bert Hellinger enxergava essa expectativa como uma fonte de pressão e frustração. Ele acreditava que mães, como todos os seres humanos, são falíveis e possuem limitações, argumentava que quando as mães são colocadas em um pedestal, cria-se uma dinâmica familiar desequilibrada.

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Os filhos podem desenvolver uma sensação de dívida eterna ou de não poderem viver à altura das expectativas. Por outro lado, as mães podem se sentir sobrecarregadas pela necessidade de corresponder a um ideal inalcançável.

Tudo isso fica bem claro na carta que ele escreve a sua mãe:

“Querida mamãe. Você é uma mulher completamente normal. Como outras mulheres, milhões de mulheres também, e eu a amo como uma mulher totalmente comum”. Em outro trecho da carta, ele traz a aceitação que vem com o entendimento de que todos somos seres comuns e imperfeitos, “mas, porque vocês cometeram erros, eu pude crescer. Pude tornar-me como vocês. Eu agradeço que vocês tenham sido tão comuns e dessa forma eu vos amo. Do jeito como vocês foram. Do jeito que vocês foram, vocês foram os pais ideais para mim. E agora, querida mamãe, eu preciso dizer-lhe uma coisa muito importante. Eu a liberto de todas as minhas expectativas. Que ultrapassa tudo aquilo que possa ser esperado de uma mãe. Ninguém fez mais por mim do que você. E foi muito mais do que o necessário. E assim eu a amo, de forma bem comum. Querida mamãe.”

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A chave para uma relação familiar saudável é a aceitação. Aceitar a mãe como uma pessoa comum, com suas próprias histórias, lutas e erros, permite uma conexão mais, verdadeira legítima, e amorosa. Isso não diminui o amor ou o respeito que se tem por ela. Ao contrário, humaniza a relação, trazendo-a para esfera da realidade, que é possível e promove um entendimento mútuo mais profundo. Afinal, ao desmitificar o mito da mãe perfeita, não estamos diminuindo o papel da mãe na família.

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Em vez disso, é um convite as mães e os filhos a se relacionarem de uma maneira mais realista e humana. Isso envolve reconhecer e honrar a mãe por tudo o que ela é — e não apenas pelo que se espera que ela seja. Dar luz ao que não existe, ao que vive na ilusão, ao que é platônico, ou seja, idealizado, significa conhecer as dinâmicas desajustadas e assim conseguir olhar para tudo isso, com a compaixão que mães e filhos merecem.

Enfim, a visão de Hellinger sobre a maternidade é um convite para reconhecer a beleza e a complexidade da experiência humana. Ao aceitar nossas mães como elas são, quem elas são, podemos liberar tanto a nós mesmos quanto a elas das expectativas irreais e abraçar uma relação mais simples porém,  verdadeira e amorosa.

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