Especial Carnaval 2024

Homem da Meia-Noite arrasta multidão, em Olinda

 

O Sítio Histórico de Olinda se rendeu, mais uma vez, ao batuque e à irreverência do Homem da Meia-Noite. No 92º desfile, o calunga gigante, com seus 2 metros de altura, ergueu sua voz em defesa dos povos originários, sob o tema “Terra Indígena”.

A noite de sábado (10) foi marcada pela emoção e pelo simbolismo. O traje do calunga, confeccionado pela estilista Dai Molina, trazia mensagens contundentes:

“Demarcação já! Salve a mata. Democracia é demarcar território. Povos indígenas diversos. Pernambuco terra ancestral”.

Na cartola, um mapa do Brasil com a frase “Brasil, terra indígena” e, abaixo, setas apontando para o colar de palhas do Sertão, elemento do artesanato indígena que representava a riqueza da região. Colares de sementes completavam o visual, simbolizando as diversas etnias indígenas de Pernambuco.

Homenagens

O povo Xukuru do Ororubá, de Pesqueira, o Caboclinho 7 Flexas e o cantor Marron Brasileiro foram os homenageados do desfile. A escolha reforça a importância da luta pela demarcação das terras indígenas e pela preservação da cultura ancestral.

Polêmica

A roupa do calunga gerou reações diversas. Alguns foliões elogiaram o traje, enquanto outros criticaram a simplicidade da indumentária.

“Eu chorei normal não!! Eu tive vida pra ver os povos de Pernambuco sendo levados pelo calunga num abraço de força, resistência e muita esperança”, comentou Bia Pankararu.

Porém, as críticas predominaram.

“Vi a estilista falar o tanto de pessoas que trabalharam nessa roupa, gente do céu decepcionante! O ano inteiro esperamos pra ver nosso calango com sua roupa nova , pra ver isso?”, indagou Fernanda Helena.

“Está bonito, mas eu esperava mais elementos em sua roupa dos povos originários. Mais simbologia”, disse Michella Bastos.

“Desculpa mas não gostei da roupa. Estou achando muito simples em comparação as anteriores. Poderia ser bem mais trabalhado”, disse José Alexsandro.

Mensagem política

Apesar das críticas, o desfile do Homem da Meia-Noite despertou, sobretudo, ainda mais o debate o público sobre da luta dos povos originários.

Em suma, a festa carnavalesca se uniu à reivindicação por justiça e igualdade, em um espetáculo de cores, sons e resistência.

 

 

 

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