
Guerra urbana no Complexo de Israel faz Rio viver dia de Gaza – Vídeo no final da reportagem | Divulgação
Desde às 4h30 da madrugada desta sexta-feira (31), sentimentos como medo e pânico tomam conta de moradores de Parada de Lucas, Vigário Geral, Cidade Alta, Pica-Pau e Cinco-Bocas. Estas são as comunidades que fazem parte do Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde as forças de segurança do estado do Rio de Janeiro realizam operação de combate ao crime organizado.
Há atuação dos agentes também nas favelas do Dique, Ficap e Furquim Mendes. Como resultado, o caos se instalou desde cedo, afetando vias expressas, transporte público, ir e vir de pessoas e equipamentos públicos.
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Nesse sentido, a Avenida Brasil sofreu interdição ainda na madrugada, por volta das 4h30. Temerosos, motoristas abandonaram os veículos ao passo que se abrigaram no chão para escapar dos tiros. Às 6h30, uma faixa da pista lateral ainda estava bloqueada.
Equipes do #COE realizam remoção de barricadas nos acessos ao Complexo de Israel, que abrange Vigário Geral, Cordovil, Brás de Pina e Parada de Lucas. A ação desta sexta-feira (31/1) reforça a presença policial e a segurança na região. #ServireProteger #COE pic.twitter.com/7T4of2DYQv
— @pmerj (@PMERJ) January 31, 2025
Apesar de estarmos no Brasil e de muitos considerarem o país pacífico por não entrar em guerra com outras nações, uma parcela considerável da população se exclui dessa narrativa. Sobretudo, moradores de comunidades do Rio de Janeiro.
Diariamente, essas pessoas são surpreendidas por operações policiais que lhes colocam na linha de tiro, tornando-se justo compará-las a quem vive em zonas de guerra. Afinal, tratam-se de inocentes cujo território está sob domínio de um grupo que espalha terror. Tal qual o povo de Gaza na eterna luta pelo direito de viver, mas com Israel e Hamas no meio.
Fundamentalista do Crime
Estas localidades estão sob domínio da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), cujo líder local se trata do traficante Peixão. Porém, sua face sinistra não se resume aos sete mandados de prisão em aberto. Nem aos crimes de homicídio, tortura e terrorismo que constam nos mais de 20 inquéritos abertos pela Polícia Civil envolvendo seu nome. Em suma, ele se intitula “Arão, o profeta de Deus” e faz do crime uma seita religiosa que usa símbolos judaicos.
No comando da “Tropa do Arão”, Peixão impõe práticas religiosas e persegue praticantes de religiões de matriz africana.
Forças em ação
Cerca de 400 agentes, com apoio de 10 blindados, atuam na operação. Participam equipes do BOPE, Choque, Batalhão de Ações com Cães, Grupamento Aeromóvel e Rondas Especiais. O Batalhão de Policiamento em Vias Expressas reforça a segurança na Avenida Brasil e no entorno das comunidades. Ambulâncias blindadas estão mobilizadas para resgate de feridos.
O secretário de Polícia Militar, Coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou que a operação segue protocolos de segurança e tem como objetivo retomar territórios ocupados por facções criminosas. Equipes também atuam na remoção de barricadas que dificultam a entrada das forças de segurança.
Trânsito e transporte afetados
O tiroteio também prejudicou o transporte ferroviário e rodoviário. A Supervia suspendeu a circulação de trens entre as estações Vigário Geral e Cordovil, operando apenas nos trechos Central do Brasil–Penha e Saracuruna–Duque de Caxias.
No BRT, o corredor Transbrasil sofreu paralisações e trabalha na normalização do serviço. Especificamente, estão fora de circulação as linhas 60 (T. Deodoro x T. Gentileza – Parador), 61 (T. Deodoro x T. Gentileza -Expresso) e 71 (Vigário Geral x T.Gentileza – Expresso).
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Conforme informações do Rio Ônibus, sindicato que reúne 36 empresas operadoras do transporte rodoviário de passageiros do Rio, diversas linhas de ônibus sofreram desvios e que os horários estão irregulares
- 472B (Central x Bom Pastor)
- 474B (Praça da Bandeira x Central)
- 512B (Praça da Bandeira x Central – Vilar dos Teles)
- 514B (Central x Éden)
- 905 (Bonsucesso x Irajá)
- 940 (Ramos x Madureira)
- 1140B (Castelo x Éden)
- 1512B (Coelho da Rocha x Castelo)
“Mais uma vez reiteramos o apelo as autoridades de segurança pública, ressaltando a necessidade urgente de se tomar providências para devolver o direito de viver em paz da população carioca”, diz a entidade em nota.
Clínicas de Saúde Afetadas
Serviços de saúde foram impactados pela operação. As clínicas da família Nilda Campos de Lima e Eidimir Thiago de Souza seguem funcionando, mas suspenderam atividades externas.
Já as unidades Joãosinho Trinta, Heitor dos Prazeres e José Breves dos Santos avaliaram a possibilidade de reabertura após fecharem preventivamente. O Centro Municipal de Saúde Iraci Lopes adotou o protocolo de segurança e interrompeu o atendimento.
Presos e Feridos
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