A Experimenta da Ilha chegou cheia de coragem e sem medo nenhum de encerrar os desfiles do Grupo A de Niterói com pirataria. Apresentando o enredo “Afastem-se Gabirus! Sou Pirata, guardião do meu tesouro”, a agremiação da Ilha da Conceição voltou no tempo até a era dourada da pirataria, ponto de partida de seu desfile.
A navegar, a comissão de frente, procurou um caminho de riquezas. E não deve ter dificuldades em alcançar notas altas. Outro destaque à frente da escola, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, vestidos de piratas. Eles se apresentaram corretamente, tirando proveito da representatividade da fantasia, ao passo que também realizavam sua evolução, em dança conservadora.
Com o terrível “Barba Negra” no alto, a Experimenta da Ilha trouxe um imponente abre-alas, no formato de um navio pirata, com direito a prancha para lançar ao mar qualquer um que “marcasse bobeira”. Antes do carro, entretanto, a escola optou por trazer algumas alas. Provavelmente, na tentativa de fortalecer o canto. Funcionou, pelo menos no início.
Na medida em que o desfile avançou, vimos a consumação da apresentação de elementos ligados à pirataria, como os marujos tripulantes, tempestades, tormentas, o amor nas navegações, e a pirataria digital. Toda essa representação, nas alegorias, adereços e fantasias, com muito luxo, criatividade e capricho.
Sem dúvida, uma apresentação alegre, festiva. E pra quem quis, regada a muito rum e sem problemas aparentes de evolução. Mas o velho lobo do mar deixou um recado: nem tudo deu certo.
Pirataria crítica
Não queremos dar uma de “Gabiru”. Porém, Experimenta da Ilha, apesar do bom samba, foi mais uma escola que sofreu com o desencontro de vozes dos intérpretes e desafinação dos mesmos. Isso prejudica, sobretudo, a bateria, que sofre com a dificuldade para manter a cadência e o andamento.
Em suma, o desfile tinha potencial artístico para disputar as primeiras posições. Mas, certamente, a agremiação ocupará as posições intermediárias, entre o 4º e 6º lugar.
Nossa nota: 8,9