A política brasileira segue seus velhos roteiros. Com apenas 18 anos, Álvaro Lira, conhecido como Alvinho, carimba sua estreia na vida pública, amparado pela dinastia familiar. O filho do deputado federal e ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi nomeado como Gestor Administrativo na Prefeitura de Barra de São Miguel, Alagoas, onde embolsará R$ 8 mil por mês. A informação é de O Globo.
O sobrenome Lira não consiste novidade na cidade: o município estava sob gestão de Benedito Lira, avô de Alvinho, até sua morte em 14 de janeiro. A cerimônia de posse do patriarca, em 1º de janeiro, já indicava os próximos passos do herdeiro, destacado por Arthur Lira como “os olhos, ouvidos e pernas” do avô durante a campanha eleitoral. Agora, o neto dá continuidade ao legado, mas não sem controvérsias.
Comemorando sua nomeação em redes sociais, Álvaro Lira mostrou-se à vontade no cargo. Em um post no Instagram, ele compartilhou sua participação em um evento oficial da prefeitura, onde discursou na retomada do ano letivo das escolas municipais. Em nota, a prefeitura explicou que Álvaro atuará diretamente no gabinete do prefeito Luiz Henrique Alves Pinto (PP), articulando ações com os secretários.
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Chama atenção o currículo do jovem antes de ingressar na administração pública: Álvaro era conhecido por organizar a vaquejada no Parque e Haras Arthur Filho, propriedade do pai, em dezembro de 2024. Nas redes sociais, ele também se autodefine como “pecuarista”. Agora, com o sobrenome poderoso, dá um salto de vaqueiro para gestor público.
Enquanto alguns celebram o “esforço” do jovem em seguir os passos do avô, críticos questionam a hereditariedade na política. Em tempos de debates sobre meritocracia e transparência, a nomeação de Álvaro Lira reacende a velha discussão sobre limites entre tradição familiar e privilégio político.
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