Brasil poderia reduzir 500 mil fumantes com aconselhamento breve em consultas | Fernando Frazão/Agência Brasil
Se todos os profissionais de saúde aproveitassem consultas com pacientes fumantes para um breve aconselhamento, o Brasil poderia ter meio milhão de fumantes a menos, alerta o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, nesta sexta-feira (29).
O número representa 2,5% dos 20 milhões de fumantes estimados no país e poderia gerar uma economia de R$ 1 bilhão, considerando os custos das doenças provocadas ou agravadas pelo cigarro.
Segundo o pesquisador André Szklo, da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, essas oportunidades frequentemente são perdidas durante as consultas.
“São números impressionantes para um país com limitações de recursos. É uma oportunidade que se perdeu”, disse.
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A pesquisa se baseou em levantamentos oficiais, como a Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE, 2019). Ela mostrou que 30,9% dos fumantes atendidos por médico ou dentista não foram questionados sobre o hábito, e 18,1% foram perguntados, mas não receberam orientação após assumir que fumavam. Juntas, essas proporções atingem quase 10 milhões de pessoas.
O Inca destaca que a proporção de pessoas que tentaram parar de fumar foi maior entre as que receberam aconselhamento. A instituição lançou uma cartilha para agentes comunitários de saúde e o programa Agora Tem Especialistas, que permite que ginecologistas, ortopedistas e oftalmologistas ofereçam orientação breve durante consultas.
O aconselhamento breve, com duração entre 30 segundos e 3 minutos, é recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que aponta evidências de aumento da abstinência e estímulo à procura de serviços de ajuda. O SUS oferece tratamento multidisciplinar e gratuito para tabagistas em unidades básicas de saúde.
