
Niterói está de luto pela morte de Juliana Marins na Indonésia | Reprodução
O corpo da niteroiense Juliana Marins, de 26 anos, foi finalmente resgatado nesta terça-feira (24), no Monte Rinjani, na Indonésia, após mais de 72 horas de agonia e espera, conforme mostra vídeo nesta reportagem. A jovem niteroiense caiu de uma altura de aproximadamente 300 metros na sexta-feira (20). O local da queda fica a 3 mil metros do nível do mar. Diversas imagens de drones mostraram Juliana com vida, indicando, a princípio, que ela morreu por falta de socorro.
Considerando a diferença de fuso horário entre Indonésia e o Brasil — 11 horas a mais — no calendário local o acidente ocorreu no sábado. Mesmo assim, ela deslisou cerca de 200 metros. Posteriormente, moveu-se por mais 200 metros. E, por fim, acabou localizada 600 metros abaixo da trilha.
“Nunca me senti tão viva”
Juliana descreveu suas emoções em sua rede social: imprevisíveis, intensas, vivas. Para isso, fez uma bela metáfora com a região de Ha Giang, no extremo norte do Vietnã, é uma região de montanhas escarpadas e estradas que serpenteiam entre abismos e vales ocultos pela névoa.

Niteroiense Juliana Marins descreveu o momento dessa foto como ‘o mais feliz de sua vida’ | Rede Social
“Minhas emoções esse mês foram como as curvas de ‘Ha Giang’. A viagem ao Vietnã começou incrível, até que, na próxima curva, tive algumas crises de ansiedade e, logo na virada seguinte, vivi uma das melhores fases dessa aventura. fazer uma viagem longa sozinha significa que o sentir vai sempre ser mais intenso e imprevisível do que a gente tá acostumado. E tá tudo bem. Nunca me senti tão viva.
Juliana realizava o sonho de fazer um mochilão na Europa, ao passo que estava muito feliz ao longo da expedição. Entretanto, quando a saudade da família pesou, ela foi do choro ao sorriso.
“Hoje, liguei pra eles chorando de saudade. terminei a ligação com um sorrisão no rosto, rindo das bobeiras dos meus pais, e com uma paz no coração por ter vindo ao mundo nessa família. Ah, e claro que minha irmã teve que sair no início da conversa porque ela tinha que entrar numa reunião”, disse
Uma equipe especializada nesse tipo de resgate enfrentou terreno íngreme, assim como o clima instável do local. Eles só chegaram até o corpo com a ajuda de cordas improvisadas e lanternas. A operação durou cerca de 7 metros e somente aconteceu porque voluntários que conhecem bem área e também se ofereceram para auxiliar socorro. Lamentavelmente, tarde demais.
Vídeo mostra resgate do corpo de Juliana Marins
As cenas do corpo de Juliana Marins sendo içado da encosta rochosa, num dos pontos mais perigosos do parque nacional, marcaram o fim de uma busca carregada de tensão, desespero e revolta. Juliana estava sem vida e presa entre pedras e vegetação. O grupo de resgate levou mais de sete horas para retirá-la do local.