A Venezuela protestou veementemente nesta quinta-feira (18) contra a retomada das sanções dos Estados Unidos ao seu petróleo. O governo venezuelano acusa os EUA de violarem os acordos assinados no Catar em setembro de 2023, que previam a suspensão das sanções em troca da realização de eleições presidenciais livres e justas em 28 de julho.
“A Venezuela rejeita mais uma vez a intenção do governo dos Estados Unidos da América de monitorar, proteger, controlar e manipular a indústria petrolífera venezuelana através de sua política ilegal de imposição de medidas coercitivas e licenças”, afirmou o chanceler venezuelano Yván Gil em um comunicado oficial.
Na quarta-feira (17), os EUA anunciaram o fim da flexibilização das sanções ao petróleo venezuelano, vigente há seis meses. A medida permite a produção e venda de petróleo e gás venezuelano, mas impõe restrições à comercialização do produto.
O Departamento do Tesouro americano estabeleceu um prazo até 31 de maio para a “liquidação das transações” pendentes e incluiu uma seção que permite que empresas solicitem licenças específicas para operar com a Venezuela.
►Leia mais notícias Internacionais aqui
Segundo o governo venezuelano, a decisão americana é uma resposta ao “assédio” eleitoral contra a oposição e visa impedir a participação de candidatos opositores nas eleições presidenciais. O chanceler Gil afirmou que, com essa medida, os EUA “consumaram sua política de violação aos compromissos firmados sob a mediação do Catar”.
Contudo, as negociações entre Caracas e Washington em setembro de 2023 resultaram em um acordo que incluía a troca de Alex Saab, acusado de ser testa-de-ferro do presidente Nicolás Maduro, por 10 americanos e 18 venezuelanos presos na Venezuela.
Simultaneamente, uma negociação entre o governo e a oposição venezuelana, mediada pela Noruega, alcançou um acordo sobre a realização de eleições no segundo semestre e a revisão das inabilitações contra opositores.
►Leia mais notícias Internacionais aqui
Sendo assim, em troca da realização de eleições livres e justas, os EUA flexibilizaram as sanções e condicionaram a suspensão total das mesmas à participação de todos os candidatos inabilitados.
No entanto, a retomada das sanções pelo governo americano coloca em xeque o futuro das relações bilaterais e do processo eleitoral venezuelano.
Enfim, a retomada das sanções dos EUA ao petróleo venezuelano deve ter um impacto significativo na economia do país, que já enfrenta uma grave crise. Assim, o governo venezuelano prometeu tomar medidas para mitigar os efeitos das sanções e proteger o povo venezuelano.