
Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela convoca eleições para abril, mas oposição se recusa a participar | Reprodução/prensalatina.com.br
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela definiu 27 de abril de 2025 como a data das eleições parlamentares e regionais. O pleito tem o objetivo de eleger 277 deputados para a Assembleia Nacional, bem como governadores e prefeitos. No entanto, a oposição rejeita a convocação e questiona a legitimidade do processo. Sobretudo, por conta do resultado das eleições de 2024 que teriam como vencedor Edmundo González, apesar de o CNE ter proclamado Maduro eleito sem apresentar atas eleitorais.
Além disso, o presidente do CNE, Elvis Amoroso, amigo de Maduro, impôs como requisito para os candidatos a assinatura de um documento em que se comprometem a “respeitar e aceitar todos os acontecimentos relativos às eleições”. Principalmente, os resultados divulgados pelo órgão. A exigência repete o cenário da contestada eleição presidencial de 2024.
Ditador Maduro Convoca Venezuelanos
“O Poder Eleitoral, a CNE, e convoca as eleições do Poder Legislativo, das Governatorações e das Assembleias Legislativas, para 27 de Abril; Nenhum fator externo detém essas pessoas, estamos convencidos de que o caminho é a Democracia participativa e líder. Veremos novas lideranças, novas forças nas ruas, a força do Poder Popular!”, declarou Maduro
Reação da oposição

Líder da oposição venezuelana, María Corina Machado defende boicote às eleições convocadas pelo CNE para abril | Reprodução/Instagram/@maríacorinamachado
María Corina Machado, principal nome da oposição, reforçou que “não cabe participar de eleições de nenhum tipo” enquanto o CNE não divulgar os relatórios oficiais da eleição de julho. Na ocasião, Edmundo González derrotou Nicolás Maduro, mas o regime chavista ignorou as atas e declarou a “vitória” do atual presidente.
Nas redes sociais, Machado afirmou que o povo venezuelano já decidiu seu futuro político.
Sete princípios para a liberdade
Além disso, a líder opositora também apresentou sete princípios que guiam a luta contra o governo chavista. Entre eles, destaca-se a necessidade de respeitar o resultado eleitoral de julho – que consagra a eleição de Gonzáles, e a defesa da Constituição como base da resistência ao regime.
- Mandato soberano: O povo da Venezuela decidiu em 28 de julho de 2024 e esse mandato deve ser respeitado imediatamente.
- Corresponsabilidade cidadã: Todos devem agir para fazer cumprir essa decisão popular. Quem não participa da solução, reforça o problema.
- Luta justa conforme a Constituição: A resistência ao regime criminoso se dará dentro dos meios legais e legítimos.
- Unidade nacional: A vitória eleitoral uniu a nação contra o regime. A luta seguirá até que militares, policiais e funcionários públicos reconheçam essa unidade.
- Eleições para eleger: Não se deve apoiar um novo pleito antes de validar o resultado de julho. Quem não defende essa decisão não deve pedir votos.
- Negociação para transição: O único diálogo aceitável com o chavismo é sobre a saída do regime e a transição democrática.
- Governabilidade democrática: O povo escolheu a democracia. Nenhuma ditadura será aceita.
Cenário de incertezas
Sem garantias de transparência, as eleições legislativas e regionais da Venezuela seguem cercadas de dúvidas. A oposição mantém sua posição de boicote, enquanto o governo chavista controla o processo eleitoral. A comunidade internacional acompanha o desenrolar da crise política no país.