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Um olhar sistêmico para a Páscoa

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Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

A Páscoa, na celebração Cristã, comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Ela simboliza renovação, esperança e vida após a morte. Durante a Páscoa, muitas pessoas refletem sobre o sacrifício e a redenção.

A visão de Bert Hellinger sobre a Páscoa é profundamente conectada com as dinâmicas familiares e sistêmicas. Diante disso, podemos pensar e refletir sobre o significado dessa época e buscar uma reconciliação em família – o primeiro sistema ao qual pertencemos e conhecemos.

“O que nos liga, nos conecta como seres humanos é sempre a natureza, os anseios, a felicidade e infelicidade, o mesmo começo, a mesma vida e a mesma morte. O que nos liga também é a mesma ameaça, os mesmos medos, o mesmo desafio e o mesmo fracasso e sucesso.

NESSE SENTIDO, TODOS SOMOS IGUAIS. Por isso, os seres humanos se entendem como seres humanos imediatamente”.  Bert Hellinger.

Se conseguíssemos realizar esse movimento, de olhar o próximo como seres humanos iguais, se alcançássemos a pureza de concordar com tudo, porque estamos entregues a poderes que nos transcendem e que diante dele, sabemos que somos finitos e limitados, se seguíssemos um mandamento de Deus:

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo, então também amas a Deus de todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todas as suas forças”.

Talvez, se permitíssemos escutar nossos corações baterem, escutar seu ritmo, sua vibração e estar em sintonia com ele, mantermos o coração aberto, expandido, em silencio, despertarmos o nosso coração amoroso, talvez nosso coração possa ouvir Deus em todas as coisas. Afinal, tudo que esta vivo e existe nesse momento aqui e agora, continua a viver e vibrar porque existe algo em comum, algo que nos liga e conecta tudo: a existência.

Um olhar sistêmico para a Páscoa

Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

“Um coração é puro quando está aberto para tudo, tal como é, e concorda com aquilo que é, sem desejar mudar”. Bert Hellinger.

Os princípios

Os princípios que regem os relacionamentos familiares e sociais, são a base de uma família saudável e amorosa, onde todos seus membros formam um todo comum, pertencentes a mesma ancestralidade, honrando o passado e tudo que foi vivido.

    1. Pertencimento: Todos têm o direito de pertencer à sua família, independentemente de suas escolhas ou comportamentos.
    2. Hierarquia: Respeitar a hierarquia natural dentro da família, reconhecendo os pais como figuras centrais.
    3. Equilíbrio de Dar e Receber: Manter um equilíbrio saudável entre dar e receber amor e apoio.

Bert Hellinger chamou esses princípios de As Ordens do Amor, e eles também se aplicam à nossa relação com a espiritualidade e à busca por significado em nossas vidas. Esses conceitos podem nos ajudar a compreender a Páscoa de maneira mais profunda, considerando a conexão entre sacrifício, renovação e os laços familiares.

Refletir, Renovar e Reconectar

Na Páscoa, temos oportunidade de usar a visão sistêmica e, quando aplicada à família, podemos oferecer insights profundos sobre as dinâmicas familiares e os processos de comunicação. Inclusive, a comunicação no mundo que vivemos esta negligenciada, esquecida.

Fica fácil perceber famílias sentadas à mesa, sem nenhuma interação, nenhuma frase dita, vemos celulares roubando o espaço das conversas. Por isso, eis que surgem conflitos onde há apenas mal-entendidos, por erros de comunicação.

Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

“Uma das coisas mais desagradáveis que ocorrem é sermos mal-entendidos, quando o outro deturpa nossas palavras ou nossas atitudes, descontextualizando-as e utilizando-as em proveito próprio, enquanto nos coloca como o vilão da história.” Pedro Costa.

A família como um sistema é composta por membros que interagem e se comunicam, por isso é necessário ter equilíbrio e interação na convivência, são essas interações mantêm o sistema em equilíbrio. Mudanças em um membro afetam os outros.  Quando um membro da família muda, isso impacta todo o sistema. Toda mudança quando é conversada, não causa impacto negativo e sim, abre-se a oportunidade para o novo ser descoberto.

Vivemos em diferentes sistemas, e eles se influenciam mutuamente. O primeiro sistema que pertencemos é a família de origem, depois frequentamos outros sistemas, como a escola, a igreja, o trabalho até formarmos um novo sistema familiar, agora um sistema nuclear, que a união de dois sistemas.

Falta de conversação

A comunicação dentro da família desempenha um papel crucial, é base para que a família seja nutrida de harmonia, de histórias, de aprendizagem, de sabedoria dos mais antigos, que através do diálogo e transmitida para os membros mais novos.

A Páscoa nos lembra da renovação e da possibilidade de mudança, da força que traz uma transformação de dentro para fora. De dentro da família para fora, que abarca outros sistemas que estamos inseridos. Portanto, na visão sistêmica, a Páscoa é um momento para refletir sobre nossas relações familiares, buscar equilíbrio e permitir transformações.

Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

“Assim, como o sol derrete o gelo, a gentileza evapora mal-entendidos, desconfianças e hostilidade.” Albert Schweitze.

Convite

A Páscoa nos convida a olhar para nossas relações, liberar o passado e abraçar a renovação. Assim, convido a todos durante a Páscoa, a aplicar os princípios de Bert Hellinger de várias maneiras, para enriquecer sua experiência de vida, promover as reconciliações, bem como nutrir e fortalecer as famílias.

Reconexão Familiar

  • Reflita sobre suas relações familiares

Reserve um tempo para se conectar com seus entes queridos, mesmo que seja virtualmente.

  • Honre suas raízes

Lembre-se de onde você veio e como sua família moldou sua jornada.

  • Ressurreição

Simboliza a possibilidade de renovação e reconciliação com aqueles que fazem parte de nossa história.

  • Lembranças

Rememore os seus ancestrais, aqueles que abriram o caminho para que pudesse estar aqui, dos vivos e dos mortos.

Renovação e Transformação

  • Renove

Assim como a ressurreição simboliza a nova vida, considere o que você deseja renovar em sua própria vida. ¨Tal qual na constelação, quando reconhecemos e liberamos padrões familiares, abrimos espaço para algo novo emergir.

  • Libere padrões antigos

Identifique áreas em que você pode abandonar o que não serve mais. A morte de Jesus na cruz representa o sacrifício e a liberação de padrões antigos. É como se ele dissesse: “Deixo para trás o que não serve mais”.

  • Permita-se

Esteja aberto a olhar diferente, não julgue, acolha em seu coração, compreenda o que aconteceu de forma consciente, reflita. Traga as questões para LUZ.

Inclusão e Pertencimento

  • Aceitação e Compreensão

A Páscoa é um momento para curar relacionamentos e liberar ressentimentos.

  • Inclua todos

Mesmo aqueles com quem você teve desentendimentos. O amor e o pertencimento são fundamentais.

  • Honrar

A Páscoa nos lembra da importância de incluir todos. Assim como na constelação, onde cada membro é essencial, a Páscoa nos convida a honrar todos os relacionamentos, mesmo aqueles que parecem difíceis.

O amor e o pertencimento são fundamentais para a nossa jornada. o amor como terapia envolve não apenas o sentimento, mas também a compreensão das dinâmicas sistêmicas que moldam nossas vidas.

Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

Um olhar sistêmico para a Páscoa | Créditos: Rita Carvalho/Folha do Leste

“A vida te esconde tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los. A vida te nega Deus até você vê-lo em todos e em tudo.” Bert Hellinger

Essas palavras nos lembram que a busca pelo divino está presente em nossa jornada. E que a conexão, com algo maior, transcende as dificuldades que enfrentamos.

Encontrar nosso propósito envolve aceitar a realidade, aprender com as experiências e servir aos outros com gratidão. Principalmente, agradecer, mesmo pelas pequenas coisas. Ou seja, devemos sempre agradecer, e aceitar o que temos.

Desse modo, aceitar a realidade e ter fé nos permite viver com mais propósito e paz interior. A gratidão, a aceitação e a  se tratam de elementos essenciais para uma vida plena e significativa.

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