

SUS não incorporará Ozempic, Wegovy e Saxenda para obesidade | Divulgação
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) decidiu não incorporar a semaglutida, presente no Ozempic e Wegovy, nem a liraglutida, do Saxenda, para o tratamento da obesidade no SUS. A deliberação ocorreu na quarta-feira (20).
O órgão, responsável por avaliar a inclusão de tratamentos no sistema público de saúde, destacou que o alto custo das canetas emagrecedoras dificulta a adoção em larga escala.
Indicação e custo
No SUS, a semaglutida seria destinada a pacientes com obesidade grau II e III, com histórico de doença cardiovascular e sem diabetes, a partir de 45 anos. A liraglutida seria usada para pessoas com obesidade e diabetes tipo 2.
Segundo o Ministério da Saúde, o custo dos medicamentos poderia chegar a R$ 4,1 bilhões em cinco anos. Em tratamentos contínuos, o valor subiria para R$ 6 bilhões. Cada caneta custa cerca de R$ 1 mil no mercado privado.
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Desde junho, a compra das canetas exige prescrição médica retida na farmácia, medida tomada após a popularização do uso para emagrecimento estético e sem acompanhamento adequado.
Alternativas no SUS
Sendo assim, a Conitec destacou que o SUS já oferece alternativas para obesidade, como a cirurgia bariátrica, e que os pacientes em uso dos medicamentos precisariam de acompanhamento especializado, incluindo suporte psicológico.
Contudo, uma consulta pública em junho buscou ouvir sociedade civil e profissionais de saúde antes da decisão final.
Produção nacional
Enfim, a Fiocruz anunciou acordo com a farmacêutica EMS para produzir semaglutida e liraglutida no Brasil. Assim, a expectativa é que a produção nacional reduza custos e facilite o acesso no futuro. A EMS lançou recentemente a Olire, à base de liraglutida, usada para obesidade e diabetes.