SER HUMANO É BIOPSICOSSOCIAL
O ser humano é um ser biopsicossocial, ou seja, temos características biológicas (físicas), mas, por sua vez, suas ações são influenciadas por aspectos psicológicos (como desejos, motivações e inibições) e pelo ambiente social. Esse conceito integra questões biológicas, psicológicas e sociais, reconhecendo que esses três aspectos não podem ser divididos, mas constituem um todo.
O comportamento humano é uma unidade biopsicossocial. Esse modelo é aplicado na abordagem de saúde, considerando a conexão entre corpo, mente e contexto para o tratamento de doenças e transtornos.
Na visão de Bert Hellinger, a abordagem biopsicossocial é integrada à sua compreensão sistêmica das relações humanas, a importância de considerar o indivíduo como parte de um sistema maior, estamos todos conectados. Hellinger acreditava que as doenças e comportamentos de uma pessoa podem ser influenciados por dinâmicas familiares não resolvidas e padrões que se estendem através de gerações.
Portanto, a saúde e o bem-estar de um indivíduo não podem ser completamente entendidos sem considerar essas conexões e a história familiar. Assim, a abordagem biopsicossocial, que considera a interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais na saúde, é compatível com a visão sistêmica de Hellinger.
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Ambas as abordagens são compatíveis é reconhecem a complexidade do ser humano e a necessidade de uma perspectiva holística (O termo holístico deriva do grego “holos”, que significa “todo” ou “inteiro”) para entender e tratar questões de saúde e comportamento.
Sim, existem traumas familiares hereditários, que são passados de gerações para gerações, pesquisas específicas sobre a transmissão de traumas estudou e investigou como situações adversas na infância, como negligência ou violência, podem afetar a saúde mental na vida adulta e como esses efeitos negativos podem ser transmitidos para as gerações futuras.
Outra pesquisa focou na transmissão psíquica geracional, explorando como o trauma não se restringe à geração que o vivenciou, mas pode passar para as gerações seguintes. Assim, esses estudos são fundamentais para entender a complexidade da herança psíquica e os efeitos do trauma ao longo das gerações.
Dessa forma, os traumas familiares hereditários podem nos definir de várias maneiras, influenciando nossos comportamentos, escolhas e até mesmo nossa saúde mental e física.
Segundo Mark Wolynn, autor do livro “Não começou com você: como o trauma familiar herdado nos define e como dar um fim a esse ciclo”, explica que esses traumas são como cicatrizes emocionais que passam de geração em geração, afetando as vidas dos descendentes.
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Contudo, Wolynn propõe que, ao identificar e compreender esses padrões herdados, podemos interromper o ciclo de sofrimento e iniciar um processo de cura. O que a ciência descobriu?
1. Transgeracionalidade e Herança Psíquica: A transgeracionalidade é uma forma de transmissão da herança psíquica que ocorre através das gerações. Padrões conjugais e familiares relacionados ao adoecimento podem ser transmitidos de pais para filhos e além. Temas transmitidos transgeracionalmente, como violência, incesto, tabagismo, dependência química, transtornos alimentares e ansiedade, já foram estudados.
2. Marcas Epigenéticas: Pesquisas mostram que experiências ruins podem deixar marcas em nosso DNA. A epigenética revela que eventos da vida podem alterar a expressão dos genes e transmitir essas mudanças às gerações seguintes.
3. Sofrimento Não Elaborado: O ressurgimento de sofrimentos não elaborados na história familiar pode afetar a saúde mental e física. Os traumas podem persistir através das gerações, especialmente quando o contexto está encoberto, oculto, implícito e não são reconhecidos.
4. Ações de Promoção de Saúde Mental: Compreender como esses adoecimentos atravessam as diferentes gerações é útil para a promoção de saúde mental. Ações centradas nas histórias familiares, oferecidas em grupo, podem ajudar a abordar esses padrões herdados.
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Dessa forma, os traumas familiares herdados têm uma influência profunda em nossas vidas, e a pesquisa científica continua a explorar essas conexões complexas.
Durante uma constelação o que buscamos encontrar, são essas conexões com o passado que muitas vezes vivenciamos, mas não compreendemos o porquê
Quando conhecemos nossa história, nossa origem, e o que as gerações de ancestrais carregaram, como dor, como despedidas, como má sorte, como se dizia antigamente, conseguimos solucionar tudo que estamos vivenciamos aqui e agora. Assim, quando olhamos para oculto de nossas histórias familiares, temos a oportunidade de nos curar e curar a todos o que vieram antes e todos nossos descendentes.