Trabalhadores do setor rodoviário de oito municípios, inclusive do Leste Fluminense, aprovaram, por ampla maioria, em assembleia nesta quarta-feira (8), a contraproposta patronal de aumento salarial de 7,2% e cesta básica de R$ 480,00. Na prática, a medida descarta qualquer chance de a categoria entrar em greve este ano.
Novos valores
Os trabalhadores se reuniram na sede social do Sintronac, no Sapê, em Niterói, em rodadas de votação, que ocorreram pela manhã e à tarde. Com a aprovação do percentual de reajuste, os salários dos rodoviários passam a ser: motorista, R$ 3 mil; despachante, R$ 2.230; fiscal, R$ 2.030,00; cobrador, R$ 1.650; e as demais categorias receberão um reajuste de 6%. Os novos valores valem para rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Casimiro de Abreu, Maricá, Rio das Ostras, Silva Jardim e Tanguá.
Crise no setor rodoviário
Na apresentação da contraproposta, o presidente do Sindicato patronal (Setrerj), Márcio Barbosa, destacou “o cenário de enormes dificuldades financeiras” pelo qual passam as empresas de ônibus para justificar o percentual de reajuste oferecido.
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Os parlamentares começaram a debater o PL da Prefeitura, enviado em maio ao Legislativo, de estabelecer 30% de subsídio das passagens de ônibus da cidade. Uma data para votação, contudo, ainda não foi definida.
Os rodoviários, afirmaram que, embora concordem com o subsídio, acreditam que somente esta medida não irá alterar o quadro de greve instabilidade que o transporte por ônibus atravessa. É necessário o estabelecimento de uma tarifa técnica, que reequilibre financeiramente o setor e assegure aos trabalhadores uma base de reajuste salarial condizente com a realidade econômica do País.
“Os trabalhadores precisam de estabilidade financeira diante de um quadro econômico tão volúvel, como é o brasileiro. E um dos instrumentos para que isso aconteça é o estabelecimento de uma tarifa técnica, que contemple todos os gastos do setor, que são muito maiores que o IPCA. Em 2022, por exemplo, o diesel aumentou 80%. A partir dessa tarifa, aí sim, os governos podem definir o percentual de subsídio das passagens para que o usuário do sistema pague menos e tenha, ao mesmo tempo, um serviço de qualidade”, analisou o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.