
Investigação revela evidências de Bolsonaro estar ligado à golpe contra Lula e líderes políticos.
PF prende militares e policiais por participação do plano. Foto: Evaristo de Sá – AFP
A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo fontes ligadas ao inquérito, a investigação encontrou evidências que sustentam essa suspeita, incluindo registros de reuniões e movimentações ligadas à conspiração.
Operação prende suspeitos ligados ao esquema
Na terça-feira, a PF prendeu quatro militares e um policial federal suspeitos de envolvimento na trama. Os detidos, conhecidos como integrantes dos “kids pretos”, teriam usado treinamento técnico-militar para planejar o golpe. A operação resultou em cinco mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão, todos autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou medidas adicionais, como proibição de contato entre investigados.
Reuniões no Planalto e no Alvorada
O inquérito revelou que a trama foi discutida em encontros realizados no Palácio do Planalto e na residência oficial do presidente. Em dezembro de 2022, o general Mario Fernandes, então secretário-adjunto da Presidência, teria impresso seis cópias de um documento chamado “Punhal verde amarelo”, detalhando o plano. A PF rastreou visitas de figuras-chave à residência de Bolsonaro durante esse período.
Envolvimento de lideranças e alegações de defesa
Oficiais das Forças Armadas e ministros do governo Bolsonaro teriam participado de reuniões para planejar o golpe. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica, embora tenham negado aval ao plano, prestaram depoimentos como testemunhas, implicando o ex-presidente. A defesa de Bolsonaro nega envolvimento, alegando que ele “nunca compactuou com movimentos antidemocráticos”.
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Documento detalhava métodos de ataque
A PF apreendeu o plano intitulado “Punhal verde amarelo”, que previa o uso de armamento pesado e técnicas militares para os assassinatos. O plano incluía métodos como envenenamento e ações terroristas, segundo as autoridades. O objetivo era impedir a posse de Lula e instaurar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” controlado pelos golpistas.
Conclusão e próximos passos
O relatório da PF será enviado ao STF para análise. Cerca de 30 pessoas devem ser indiciadas por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. A investigação segue para determinar o grau de envolvimento dos suspeitos e a extensão da conspiração.