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Região Oceânica: nova mortandade de peixes – VÍDEO

A Lagoa de Piratininga, Região Oceânica de Niterói, amanheceu, nesta sexta-feira (17), com centenas de peixes mortos. Pescadores e lideranças comunitárias da região alertaram para o risco de o mesmo problema acontecer na Lagoa de Itaipu. A causa das mortes seriam as obstruções nos canais que conectam os corpos d’água ao oceano.

Gonzalo Cuevas, diretor do Centro Comunitário da Região Oceânica (CCron), explicou que as primeiras mortes de peixes foram observadas na noite de quinta-feira (16). A maioria era da espécie sardela, considerada mais frágil, mas, segundo Cuevas, a tendência é que peixes considerados mais fortes também sofram.

A mortandade começou ontem à noite na Lagoa Piratininga, em frente ao antigo Iate Clube. Hoje, pela manhã, há peixes mortos próximo ao Túnel do Tibau. Por enquanto, são os peixes mais fracos, as sardelas. A tendência é se alastrar por toda a lagoa”, lamentou.

Risco em Itaipu

Após constatar as mortes em Piratininga, Cuevas verificou se o mesmo havia ocorrido em Itaipu. Embora não tenha constatado a mesma situação, pescadores o alertaram de que animais aquáticos têm sido observados buscando oxigênio na superfície, indicativo de que este gás está cada vez mais rarefeito na água.

Fui ao Canal de Itaipu, que está fechado. Conversando com pescadores, já há sinais de que poderá haver uma mortandade na lagoa de Itaipu. Peixes estão indo à superfície respirar porque não tem oxigêncio na água”, acrescentou.

Falta de circulação de água

O diretor do Ccron explicou que a causa da mortandade é um problema crônico: tanto o Túnel do Tibau, em Piratininga, quanto o Canal de Itaipu estão obstruídos, impedindo a troca de água com o oceano. Desse modo, as lagoas recebem apenas água doce.

As lagoas estão sem circulação de água. O Túnel do Tibau está obstruído. A água que há, na lagoa é, principalmente, das estações de tratamento de esgoto de Camboinhas e de Itaipu. Além disso, há os rios, que trazem água doce, e a própria chuva”, pontuou.

Calor intenso

Outro fator apontado por Cuevas é o intenso calor dos últimos dias o que, segundo ele, torna o oxigênio ainda mais rarefeito. Cuevas explicou que equipes da Compahia Municipal de Limpeza (Clin) já compareceram ao local para a retirada dos peixes, mas alertou que, sem uma solução definitiva, novas mortandades ocorrerão.

Com esse calor, há o aumento de temperatura das lagoas, fazendo que o oxigêncio fique raro. À medida que há pouco oxigêncio para os peixes, eles começam a morrer. Começando pelos mais fracos. A Clin já está na área retirando os peixes da lagoa, mas eles continuam morrendo”

Por fim, o diretor do Ccron cobrou tanto da Prefeitura de Niterói quanto do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) soluções definitivas.

O que o Inea e a Prefeitura vão fazer? Até agora o que tem sido feito é andar máquinas que desobstruem, mas só isso não é o suficiente. Dizem que, a partir do ano que vem, serão licitadas as obras definitivas no Canal de Itaipu e no Tibau”, completou.

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O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) informa que irá submeter o projeto de obras para recuperação do Canal de Ligação da Lagoa de Itaipu com as Praias de Itaipu e Camboinha, na reunião do FECAM que deve ocorrer entre o final de novembro e início de dezembro. A licitação para contratação do serviço de elaboração do projeto executivo e execução da obra será feita logo a seguir. A previsão de início das obras é no 2º Trimestre de 2024.

Prevendo as dificuldades de oxigenação da lagoa de Itaipu até o início das obras definitivas, o Inea irá executar o programa “Limpa Rio” no Rio João Mendes e está estudando outras possibilidades intervenções no sistema lagunar.

Nota da Prefeitura

As secretarias municipais de Obras e de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) fazem com frequência a retirada do excesso de areia do Canal de Itaipu. Em setembro, a ligação da Lagoa de Itaipu com o mar foi restabelecida. O assoreamento é natural e causado pela dinâmica costeira da região.

A Empresa Municipal de Moradia Urbanização e Saneamento (Emusa) já elaborou um projeto para a realização das obras de recuperação estrutural e desobstrução do Canal de ligação da lagoa de Itaipu. O mesmo encontra-se em fase de ajustes e trâmites burocráticos para a aprovação dos recursos financeiros e posterior publicação do edital. O valor do investimento é de R$ 45,4 milhões.

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