Na madrugada da última segunda-feira (28), Eduardo da Silva Picoto, ex-secretário parlamentar do deputado federal Carlos Jordy (PL), foi preso em flagrante após atropelar uma travesti, no Centro de Niterói. Acontece que ele, que também trabalhou na campanha de Jordy prestando serviços ao então candidato à prefeitura de Niterói, já tem outros antecedentes criminais. E não são poucos.
Documentos da Vara do 1º Juizado Criminal de Niterói, retratam “prática de lesão corporal culposa na direção de veículo”, processo contra Eduardo, arquivado em março de 2023. Em outro processo, iniciado em 2020, ele é enquadrado por “oferecimento de drogas para consumo conjunto”.
Voltando mais ao passado, depredação também passa pela ficha do ex-secretário parlamentar. Em 2018, ele foi denunciado por destruir o para-brisa de um ônibus da linha 718-D, na Avenida Brasil. Eduardo impediu a passagem do coletivo, se posicionando à frente do veículo, com uma pedra nas mãos. O mesmo ordenou que o motorista descesse do ônibus. Ao não ter seu desejo atendido, Eduardo arremessou a pedra na direção do para-brisa.
Em 2016 e 2017, dois processos criminais foram iniciados contra Eduardo. Um por “vias de fato” e outro por “desobediência”, respectivamente.
Vale destacar que Picoto ainda é membro da torcida organizada Jovem Fla, conhecida pelo seu longo histórico de atitudes violentas. Em setembro deste ano, por exemplo, dois membros da mesma torcida foram presos por tentativa de homicídio contra um vascaíno.
Relembre o vínculo de Eduardo com Jordy
Eduardo da Silva Picoto foi lotado no gabinete de Carlos Jordy entre fevereiro de 2019 e maio de 2022 como secretário parlamentar. Segundo seu último contracheque, disponível no portal da transparência da Câmara dos Deputados, ele recebeu pouco mais de R$ 4 mil, sendo R$ 307,19 como remuneração de cargo comissionado e R$ 3.837,63 a título de vantagens indenizatórias, que é uma ajuda de custo paga pelo parlamentar ao funcionário.
Em suas redes sociais, Eduardo Picoto mostra grande proximidade com a família de Carlos Jordy, onde aparece em várias fotos ao lado do deputado federal e também de seu irmão, Renan Jordy, que é deputado estadual. Mesmo afastado do gabinete, Picoto seguiu trabalhando com a família Jordy, inclusive na campanha deste ano.
O carro que Eduardo dirigia nesta semana, quando atropelou a vítima em Niterói, foi utilizado na campanha de Carlos Jordy para prefeito. Na prestação de contas de Jordy, disponível no site do TSE, foram feitos dois pagamentos que somam R$ 4,5 mil a José Carlos Picoto, que vem a ser pai de Eduardo. O primeiro deles, de R$ 3 mil, foi feito no dia 16 de agosto tendo como descrição cessão ou locação de veículos, um Renault Logan1.6M, ano 2015/2016, com motorista. O segundo pagamento a José Carlos, no valor de R$ 1,5 mil, foi efetuado já no segundo turno das eleições, no último dia 12 de outubro, com a mesma descrição do primeiro, só que além do motorista, o serviço também incluía o combustível.