Foto: José Cruz – Agência Brasil
O ano de 2023 foi marcado por um aumento significativo no número de greves no Brasil. Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foram registradas 1.132 mobilizações, um crescimento de 6,08% em relação a 2022.
A maioria das greves (55,5%) ocorreu na esfera pública, com destaque para o funcionalismo público e empresas estatais. Já na esfera privada, o número de paralisações foi de 43,1%.
Em relação à duração, a maior parte das greves (56,3%) durou apenas um dia. Entre 2 e 5 dias, as mobilizações representaram 24,6%. Já as paralisações que se estenderam por mais de 10 dias representaram cerca de 12%.
O reajuste salarial foi a principal reivindicação dos trabalhadores (40,3%), seguido por protestos pelo cumprimento do piso salarial (26,7%), pagamento de salários em atraso (21,7%), condições de trabalho (20,9%) e alimentação (18,4%).
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Nem todas as informações sobre a resolução dos conflitos estavam disponíveis na imprensa. Assim, em 33% dos casos, as greves foram solucionadas por meio de negociações entre as partes. Em 38% das mobilizações, o poder Judiciário precisou se envolver.
Sendo assim, em 364 registros, ou seja, 32% do total, há informações sobre os resultados das greves. Assim, na maioria dos casos (67%), houve algum tipo de êxito nas reivindicações, seja de forma integral (19,5%) ou parcial (47,5%). Nas demais situações, as reivindicações foram rejeitadas (21,6%) ou as negociações continuaram (31,6%).
As greves na esfera privada foram mais frequentes no início e no fim do ano, enquanto no setor público a concentração se deu em março e a partir de abril.
Enfim, o Dieese aponta como fatores que impulsionaram as greves o atraso no pagamento de salários, a ampliação de terceirizações, vínculos precários e privatizações. Contudo, tais fatores resultaram em jornadas excessivas, rebaixamento salarial, descumprimentos trabalhistas e queda na qualidade do atendimento.
