Niterói, cidade berço de uma população atual de 482 mil pessoas, completa 450 anos de fundação neste 22 de novembro de 2023. Uma terra de belezas naturais e de um povo acolhedor, trabalhador e que, sobretudo, ama demais essa cidade, consideradas por muitos, “um ovo”, pois todo mundo se conhece.
Terra conquistada
A história de Niterói remonta aos anos anteriores à sua fundação como Aldeia, quando os índios Temiminós, liderados por Arariboia, lutaram bravamente contra a invasão francesa à baía de Guanabara e ao Rio de Janeiro. Arariboia e sua tribo viviam na atual Ilha do Governador, de onde foram expulsos pelos tupinambás Tamoios. Junto com sua tribo, ele de deslocou para a capitania do Espírito Santo. Por lá, aliou-se aos portugueses em diversas batalhas militares. E retornou ao Rio de Janeiro para a batalha contra os franceses.
Não se tratava, somente de um confronto de coroas, mas de tribos. Ao lado dos franceses, estavam os Tamoios, que haviam expulsado sua tribo da Ilha do Governador. Do outro, ele, com seus liderados Temiminós e os portugueses.
A vitória dos temiminós, sob a liderança de Arariboia, assegurou a fundação do Rio de Janeiro, em 1965, bem como a sobrevivência do lugar ao longo de outras batalhas que ele ajudou a vencer, até a derrota final dos franceses.
Assim, a fundação de Niterói nesta data, inicialmente como Aldeia de São Lourenço dos Índios, trata-se de uma recompensa que Arariboia recebeu como recompensa por seus serviços à Coroa Portuguesa.
Marco inicial
A aldeia de São Lourenço dos Índios, fundada por Arariboia, foi o embrião da futura cidade de Niterói. A aldeia prosperou e, ao longo dos séculos, foi habitada por índios, portugueses, africanos e outros povos.
Em 1819, a aldeia é elevada à categoria de vila. A criação da Vila Real da Praia Grande se trata de um momento de grande importância para a história da cidade, pois a cidade ganha autonomia política e administrativa. Instala-se a Câmara Municipal, tendo como primeiro presidente José Clemente Pereira. Naquela época, a Câmara exercia os três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Começava ali o processo de desenvolvimento da cidade.
De aldeia a capital
Niterói continuou a crescer e a prosperar ao longo do século XIX. E muito rapidamente. Em 1834, Niterói foi elevada à categoria de cidade. Também, a capital da província e, futuramente, do Estado do Rio de Janeiro, ao passo que ia se tornando um importante centro comercial e cultural. A educação chega à cidade em 1835, com a fundação da primeira escola normal do Brasil, atual Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC). A indústria se desenvolve nos trilhos do Barão de Mauá, principalmente através dos estaleiros navais. Igualmente, as indústrias de tecido e de alimentos.
No século XX, Niterói viveu um período de grande modernização. A Câmara Municipal deixa de exercer os três poderes. Em 1906, Paulo Alves se torna o primeiro prefeito de Niterói. A cidade recebe novos investimentos e infraestrutura, o que contribuiu ainda mais para o seu desenvolvimento.
Ao longo do século XX, a educação ganha outro patamar com a criação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, atualmente Universidade Federal Fluminense (UFF). Trata-se de uma das principais instituições de ensino superior em excelência do Brasil.
O status de capital se foi em 1975, com a fusão com extinto estado da Guanabara. Mas a reforma tributária, promovida pela Constituição de 1988, devolveu a Niterói os meios necessários para se recuperar. Em menos de uma década, grandes obras aconteceram e a cidade deu um salto em qualidade de vida e no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Cotidiano
Atualmente, Niterói concilia modernidade e intensidade. Uma cidade de contrastes, onde o passado e o presente sempre se encontram, através de seus monumentos e belezas naturais, com suas praias, montanhas e florestas. Uma cidade de rica cultura, com museus, teatros e centros culturais. Pioneira das artes, com Antônio Parreiras e Péricles Sodré, na Pintura; das nossas grandes escolas de samba; de Paulo Gustavo, no cinema; de João Caetano, no teatro.
A segunda cidade do mundo com mais obras do maior arquiteto de todos os tempos, Oscar Niemeyer.
Há problemas? Sim, obvio que eles existem. O mais importante: saber que precisam ser resolvidos. Mas seu povo jamais deixou a cidade dar um passo sequer para trás. Afinal, Niterói simboliza o desejo de futuro de muitas outras cidades brasileiras. Então, celebremos o que há de melhor em nós: ser, viver ou estar em Niterói.