
Abre-Alas da Mocidade Independente de Padre Miguel leva apaixonados pelo Carnaval, de 2025 aos anos de 1990 | Riotur/Marco Terranova
A Mocidade Independente de Padre Miguel acendeu a chama da emoção e brilhou na Sapucaí em seu desfile na Passarela do Samba. Com a sorte da estrela que os guia, a agremiação resgatou o estilo high-tech, com muito neon, que marcou sua era de ouro nos anos 1990. Como resultado, encontrou um “jeito novo” de fazer seu povo delirar.

Baianas representam estrelas supernovas, cujo núcleo tem como função gerar energia para produzir luz e calor para manter sempre incandescente no infinito a verde e branca da Vila Vintém | Riotur/Marco Terranova
Mergulhando na magia para esse carnaval, a escola viu uma luz brilhar no espaço sideral para apresentar o um enredo futurista e nostálgico: “Voltando para o futuro – Não há limites para sonhar”.

Mocidade homenageia carnavalesca Márcia Lage, falecida em janeiro desse ano: magia caiu do céu, agora de mais uma estrela que faz a escola da Zona Norte sonhar | Riotur/ Marco Terranova
Primeira agremiação a pisar na Passarela do Samba na inédita noite de terça-feira de carnaval, a Mocidade fez um desfile com muito ziriguidum. Mesmo sem os recursos milionários de outras épocas, os carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage (in memoriam – falecida em janeiro deste ano) deixaram suas mentes vagar. Viajaram, nos braços do infinito, seguindo a filosofia do mestre Fernando Pamplona, tirando da cabeça o que não tinham no bolso.

Mocidade apresentou também os jogos vorazes do terceiro | Riotur/João Salles
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Eles abriram mão das alegorias gigantescas e encontraram um jeito novo de fazer o povo delirar. Assim sendo, apostaram na criatividade, sobretudo numa comissão de frente minimalista, mas impactante, que causou uma overdose de alegria.

Comissão de Frente coreografada por Marcelo Misailidis tem como nome “IA.venida Matrix do Samba, o futuro é aqui” | Riotur/Alex Ferro
Em resumo, a Mocidade apostou em materiais baratos, com soluções repletas de originalidade, que dialogaram perfeitamente com iluminação cênica avenida.
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Alegoria representa o desafio entre a inteligência artificial e o pensador | Marco Terranova
A comunidade de Padre Miguel, devota de paixão, desfilou e cantou em forma de oração o samba-enredo, muito bem interpretado por Zé Paulo Sierra. Com a sorte da estrela que os guia, os componentes da Mocidade, mesmo desafiados pelas críticas da temporada pré-carnavalesca, brincaram no paraíso da folia.
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Mocidade Independente de Padre Miguel Carnaval 2025 – Riotur – Clara Radovicz 19
Sua bateria não existe mais quente, comandada pelo Mestre Dudu, reviveu Mestre André, resgatando a paradinha de outros carnavais. Afinal, disso ninguém pode esquecer jamais.

Bateria “Não Existe Mais Quente” da Mocidade Independente de Padre Miguel | Riotur Marco Terranova
Energia
A torcida independente, presente nas arquibancadas, não escondeu a sua apaixonada identidade. Tal qual a lua no céu, a a Mocidade estava a sorrir de verde e branco na Sapucaí.

Torcida da Mocidade Independente de Padre Miguel reage ao desfile digno de campeã | Riotur/Marco Terranova
Como resultado, a Mocidade realizou uma apresentação arrebatadora, que resgatou a magia dos carnavais passados. E não se trata de falar que o título não custa nada, ou quase nada: ele é possível e pode vir, assim como a liquidez do abacaxi.

Alegoria em primeiro plano mostra a ambição obsessiva humana na exploração de Marte, o planeta mais próximo da Terra | Riotur/Marco Terranova
Um show de nostalgia e tecnologia
Com as bênçãos do divino, a apoteose ao samba da Mocidade, todo povo , ao final do desfile aplaudiu. O desfile da escola prestou um grande serviço ao carnaval, fazendo os apaixonados pelo desfile das escolas de samba voltarem no tempo.

No verde da sua fantasia, Mocidade mostra que é possível fazer carnaval respeitando as cores de uma escola de samba: basta se ressignificar | Riotur/Marco Terranova
Contra todas as previsões, que apontavam a escola como candidata ao rebaixamento, a Verde e Branca mostrou que carnaval se ganha na avenida, com garra, samba no pé e emoção!

O carro “Cosmos” mostra um “Homo Deus” querendo virar onipotente, onisciente e onipresente, usando a tecnologia e a ciência pra achar vida fora da Terra | Riotur /Clara Radovicz
A bateria do mestre Dudu trouxe de volta as famosas paradinhas criadas pelo lendário mestre André, encantando o público. O casal de mestre-sala e porta-bandeira Bruna Santos e Diogo Jesus incorporou uma supernova, explodindo em graça e majestade. Cada movimento refletia a potência do universo e a força da Mocidade!

Bruna Santos e Diogo Jesus representam a supernova, uma explosão estelar, que cria elementos químicos essenciais à vida e à formação de novas estrelas, desenhadas através de seu raro bailado tal qual uma valsa cósmica | Riotur/Tata Barreto
Robôs, LEDs e uma revolução na avenida

Robôs ocupam espaço de trombolhos chamados de “elementos alegóricos” na Comissão de Frente da Mocidade | Riotur Marco Terranova
A comissão de frente, assinada por Marcelo Misailidis, trouxe um show tecnológico inédito! Nada de tripés gigantes. A escola investiu R$ 700 mil em efeitos visuais e R$ 600 mil em robôs de ponta. O astro foi um androide de R$ 350 mil que caminhava e saudava o público. Ao seu lado, dois cães-robôs de R$ 200 mil cada animaram o desfile.

Robôs pet da Comissão de Frente da Mocidade | Riotur/Marco Terranova
Os 15 integrantes da comissão empurravam cinco telões de LED de última geração, controlados remotamente. No auge da apresentação, um humanoide gigante se formava, movimentando-se com uma coreografia precisa. No final, os robôs fizeram uma entrada triunfal para os jurados, arrancando aplausos histéricos!

Cinco telões usados na Comissão de Frente da Mocidade como elementos alegóricos | Riotur/Marco Terranova
Filosofia, crítica e um futuro incerto
Em um mundo dominado por tecnologia e incertezas, a Mocidade levantou uma questão urgente: quem será livre no futuro, nós ou as máquinas? O samba-enredo questionava a dependência digital e o destino da humanidade em um planeta exausto.

Último carro da Mocidade revela o estágio em que o homem se encontra, à beira do precipício, com o planeta sendo revirado pelo avesso | Riotur/Marco Terranova
Com versos como “O verde adoecido da esperança, ofega sobre o leito da cobiça” e “Quem vive pelo preço da cobrança, derrama sua lágrima postiça”, o enredo misturou poesia, alerta ambiental e filosofia. Uma crítica contundente embalada por uma sinfonia de cores e emoções.

Mocidade Independente de Padre Miguel Carnaval 2025 | Riotur/Alex Ferro (esquerda) e /João Sales (direita) | Arte: Folha do Leste