BrasilPolícia

Mercado clandestino de armas explode no WhatsApp

Mercado paralelo de armas explode no WhatsApp

Bandidos vendem armas e munições em grupos – Reprodução

O mercado paralelo de armas explodiu! Agora, quem quer comprar uma arma clandestina não precisa mais ir ao encontro de traficantes em áreas conflagradas. Alguns bandidos afirmam que fazem até entregas. As negociações acontecem através de grupos no WhatsApp, cuja “administração” estaria no estado do Rio de Janeiro.

Em um dos grupos, os criminosos afirmam que enviam os armamentos para localidades como Sinop/MT, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Recife/PE, entre outras. Além disso, a descrição do grupo deixa claro: “para comprar amas e munição não precisa de documento”.

Mercado paralelo de armas explode no WhatsApp

Bandidos dizem que não são precisos documentos para comprar armas – Reprodução

As fotos dos armamentos disponíveis transformam os grupos numa verdadeira “vitrine clandestina”. Há várias opções de munições, pistolas e revólveres. A reportagem do FOLHA DO LESTE conversou com o professor Doriam Borges, membro do Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que comentou sobre o tema.

O especialista pontuou que esse tipo de venda está relacionado ao discurso armamentista, que tem se intensificado há alguns anos. Borges destacou que a posse da arma, na realidade, aumenta os riscos de violência, inclusive letal, para a própria pessoa que tem a detém.

+ LEIA TAMBÉM: ► BARCAS: Passageiro distribui bilhete para “idiotas”

Não é qualquer pessoa que consegue ter a arma, pensando numa perspectiva socioeconômica, uma vez que a arma é um objeto caro. Para ter a arma é preciso passar por curso, tem uma série de critérios que dificultam o acesso à posse da arma, então não é uma coisa fácil. Juntando isso ao estímulo ao uso da arma, estimula a venda ilegal e o tráfico de armas”, explicou.

Mercado paralelo de armas explode no WhatsApp

Especialistas opiniam sobre o comércio clandestino – Reprodução

O professor ainda alertou para possíveis golpes, ou seja, grupos que dizem que vão vender, mas não entregam. Além disso, Borges destacou que pesquisas recentes mostram que 40% das armas que estão circulando vieram da legalidade, não apenas as provenientes do tráfico internacional, mas também armas que anteriormente eram legais Brasil.

► Leia mais notícias sobre Brasil aqui

A gente está falando de uma discussão que é extremamente importante, que diz respeito a um estímulo ao uso da arma como um símbolo de segurança, quando na verdade é justamente o contrário. Tem uma série de fatores que que acontecem como consequência do comércio ilegal de armas”, acrescentou.

Brasil possui regramento rigoroso

Já o advogado criminalista, pós-graduado e mestre em Direito, Rafael Paiva, destacou que há duas possibilidades de crimes nesse caso: o tráfico de armas e munições ou um golpe, tal qual sugerido pelo professor Doriam Borges. Paiva frisou que o Brasil possui um regramento rigoroso para compra de armas e munições e frisou que todas têm de ter suas devidas documentações e registros.

+ LEIA TAMBÉM: ►São Gonçalo dá R$ 350 mil para rifeira fazer Festa do Trabalhador

O Brasil tem um regramento bem específico e rigoroso no que se refere à compra de armas e munições, então todas têm que ser registradas e há uma dinâmica para ser respeitada. Existe uma cadastro de armas e munições. Portanto, as pessoas que foram encontradas com essas armas e munições ilegais respondem nos termos do Estatuto do Desarmamento pela posse e pelo porte irregular de arma de fogo e munição não autorizada”, explicou.

O que dizem as autoridades

O FOLHA DO LESTE perguntou a quatro órgãos diferentes sobre que ações têm sido postas em prática para combater o tráfico de armas, bem como se há investigações sobre esses grupos de WhatsApp. A reportagem encaminhou questionamentos aos Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual (MPRJ) e às Polícias Federal (PF) e Civil do Rio de Janeiro (PCERJ).

Mercado paralelo de armas explode no WhatsApp

Criminosos expõem armas à venda – Reprodução

O MPF explicou que não localizou nenhum procedimento envolvendo comércio ilegal de armas via WhatsApp no âmbito do Ministério Público Federal (MPF). Contudo, isso não significa, que não exista, já que pode haver casos sob sigilo.

Além disso, o MPF explicou que, segundo entendimento do Judiciário, o comércio ilegal de armas apenas se torna um crime federal se a prática envolve transações no exterior. Os demais casos são investigados, denunciados e julgados pela Justiça Estadual (polícia civil, ministérios públicos estaduais e tribunais de justiça, respectivamente).

► Leia mais notícias sobre Brasil aqui

Por sua vez, a Polícia Federal disse que não divulga informação sobre eventuais investigações em andamento. Enquanto o MPRJ disse que não teria como checar porque existem mais de 30 Promotorias de Justiça de Investigação Penal só na capital. Desse modo, a Polícia Civil poderia esclarecer se o caso já é investigado.

No entanto, a Polícia Civil foi a única que não respondeu às perguntas sobre o caso.

Itaipu-Itaipuaçu: Caminhão causa grave acidente na RJ-102, a estrada da SerrinhaItaipu-Itaipuaçu: Caminhão causa grave acidente na RJ-102, a estrada da Serrinha

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Brasil