PolíciaRio de Janeiro - Capital

MC Poze do Rodo é preso por apologia ao tráfico e ligação com facção

MC Poze do Rodo é preso por apologia ao tráfico e ligação com facção | Reprodução/Instagram

MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brandon Coelho Couto Silva, foi preso nesta quinta-feira (29) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A operação ocorreu em sua residência no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O funkeiro é acusado de utilizar suas músicas como instrumento de propaganda para o Comando Vermelho, além de envolvimento com tráfico de drogas e associação ao tráfico.

Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, as letras de MC Poze do Rodo enaltecem o uso de drogas, o tráfico e fomentam disputas entre facções rivais. Curi afirmou que as músicas funcionam como ferramentas de aliciamento de menores para o crime organizado.

“Esse suposto MC transformou a música num instrumento de divulgação da narcocultura do Comando Vermelho. As letras são instrumentos de propaganda dessa organização criminosa, enaltecendo o uso de drogas, tráfico e fomentando as disputas rivais”, explicou o secretário, que também reportou que as músicas são péssimos exemplos para jovens da comunidade.

Durante a operação, foram apreendidos uma BMW X6 avaliada em R$ 880 mil, joias, celulares e documentos. Uma das joias continha símbolos relacionados à facção criminosa. O veículo foi retido por infração administrativa devido à alteração de cor sem registro.

O delegado André Neves, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), destacou que uma das últimas músicas do artista evidencia apoio ao Comando Vermelho.

“A última música dele é: ‘Vamos tomar o Rodo, Antares, e é o CV’. Um exemplo trágico disso é assassinato do policial Marquini, que deixa três filhos, um expecional policial, deixou uma família. E os criminosos estavam voltando dessa guerra que ele estava enaltecendo”, disse.

+ MAIS NOTÍCIAS DO RIO DE JANEIRO? CLIQUE AQUI

MC Poze do Rodo já havia sido preso em 2019 durante um show em Sorriso, Mato Grosso, por apologia ao crime. Em 2023, foi investigado por lesão corporal após uma briga em uma boate na Barra da Tijuca e também denunciado por agressão por seu ex-empresário. Em novembro do ano passado, foi alvo da Operação Rifa Limpa, que investigava sorteios ilegais divulgados nas redes sociais.

Além do cantor, produtoras de eventos também estão sendo investigadas por possível envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. De acordo com o delegado Moyses Santana, titular da DRE, empresas que patrocinam shows em comunidades dominadas por facções criminosas estão sob investigação.

“Ele vai ter que demonstrar de onde vieram essas joias, de onde veio o dinheiro pra compra, quem fez, e somente após toda documentação elas podem ser devolvidas ou serem perdidas em favor do estado”, afirmou o delegado Moyses Santana, titular da DRE.

A prisão de MC Poze do Rodo reacende o debate sobre a influência da música na propagação da cultura do crime e o papel de artistas na sociedade. As autoridades reforçam que não se trata de censura à manifestação cultural, mas de combate ao uso da arte como ferramenta de aliciamento e promoção de atividades criminosas.

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Polícia