Câmeras instaladas no Refúgio de Vida Silvestre de Maricá registraram, entre os dias 18 e 23 de novembro, o segundo flagrante do gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi) no município. A espécie, ameaçada de extinção, integra a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e é classificada como vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O felino, de corpo delgado e alongado, mede entre 48 e 83 centímetros de comprimento e pesa de 3,7 a 9 quilos. Sua cabeça pequena e achatada, as pernas curtas e a cauda longa são características marcantes. A coloração varia de preto a castanho avermelhado, sendo os indivíduos de tonalidade mais escura comumente encontrados em florestas.
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Segundo a Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá, os gatos-mouriscos são solitários e preferem caçar durante o dia, no solo. Apesar disso, são ágeis em árvores e se alimentam de uma ampla variedade de presas, como mamíferos, aves, cobras, lagartos, insetos e peixes.
A secretária Andressa Bittencourt destacou a relevância do registro para a conservação ambiental.
Esses flagrantes comprovam a eficiência das Unidades de Conservação de Maricá, que oferecem condições ideais para a sobrevivência de espécies ameaçadas, como os felinos, que são indicadores de qualidade ambiental”, afirmou.
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Monitoramento da Fauna
O monitoramento no Refúgio de Vida Silvestre é realizado por câmeras com sensores de presença instaladas em troncos de árvores. Esses equipamentos capturam imagens e vídeos automaticamente quando detectam movimento. As câmeras são verificadas regularmente, com frequência quinzenal ou mensal, dependendo da quantidade de disparos.
Em janeiro deste ano, o programa de Monitoramento de Fauna Silvestre de Maricá (Mofama) registrou o primeiro flagrante do gato-mourisco. Entre janeiro e outubro, as câmeras captaram 2.685 registros de mais de 100 espécies, incluindo onça-parda, tamanduá-mirim, gato-maracajá e paca.
O monitoramento se expandiu para outras áreas protegidas, como o Monumento Natural da Pedra de Itaocaia e a Área de Proteção Ambiental das Serras de Maricá. O objetivo é ampliar o levantamento das espécies e capturar imagens de animais como o macaco-bugio, comum na região.
Refúgio de Vida Silvestre
Com 9.033 hectares, o Refúgio de Vida Silvestre de Maricá é maior que o município de Armação de Búzios e duas vezes o tamanho do Parque Nacional da Tijuca. Ele corresponde a 25% da área total de Maricá.
A cidade possui outras Unidades de Conservação, como a Área de Proteção Ambiental Municipal das Serras de Maricá, o Monumento Natural da Pedra de Inoã e a Cachoeira do Espraiado. Essas áreas abrigam espécies ameaçadas e reforçam o compromisso do município com a preservação ambiental.
O Mofama planeja compilar os dados coletados até o final de 2024. As informações serão usadas para compreender os hábitos das espécies e desenvolver estratégias de gestão para a proteção da biodiversidade.