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Livro inédito contesta críticas sobre a economia no governo JK

Foto: Gervásio Baptista/Agência Brasil

Conhecido até hoje pelo seu lema desenvolvimentista enquanto presidente, o famoso “50 anos em 5”, Juscelino Kubitschek talvez seja uma das poucas unanimidades, quiçá a única, quando se fala em Presidência da República. Porém, até ele sofre algumas críticas, como a de ter sido o responsável pela disparada da inflação. Entretanto um livro inédito, ‘JK: Doutor em Desenvolvimento – Um Mineiro à Frente de seu Tempo’, escrito por Carlos Alberto Teixeira de Oliveira, mostra justamente o oposto. Foi no governo do mineiro, segundo a obra, que a inflação não cresceu.

Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis, Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é um admirador confesso de JK. Em conversa com a Folha do Leste o escritor fala que o intuito da obra não é o de divulgar somente as ações feitas de Juscelino enquanto presidente, mas a mentalidade à frente do tempo que o mineiro de Diamantina tinha.

“Nos últimos 40 anos, o Brasil parece que desaprendeu o significado do que é crescimento econômico e constante, e só anda pra trás. Então foi esse espírito desenvolvimentista que me impulsionou a fazer toda essa pesquisa com o objetivo de divulgar não só as realizações, mas o pensamento de JK, no sentido de mostrar o que o caminho para o Brasil é sempre o do crescimento econômico vigoroso, consistente e sustentável, algo que o país parece ter desaprendido”, afirmou.

Capa do livro “JK: Um mineiro à frente de seu tempo”. Foto: Divulgação

Mitos historiográficos sobre o governo JK

Eleito em 1955 e empossado com presidente no ano seguinte, Juscelino é conhecido por ter ampliado a industrialização no país e pela criação do Plano de Metas.

Entre as críticas feitas ao seu governo estão a alta da inflação e o custo para a construção de Brasília, inaugurada como a nova capital do país em 1960. E sobre ambos os temas o escritor afirma que são divulgadas “Fake News” sobre o governo Jk.

“Há quem diga que o JK foi o responsável pela alta da inflação dos anos posteriores. Isso não procede. A inflação antes dele já era muito superior do que ocorreu durante o mandato do Juscelino. O que de fato aconteceu, ao contrário do que dizem, foi um combate de maneira significativa e expressiva. Um argumento muito interessante sobre isso, e que é válido para os dias atuais, é que a melhor forma de se combater a inflação é produzir-se mais com qualidade. E com mais produtividade. O que isso significa? É que, para JK, a melhor forma de combater a inflação e o custo de vida era produzir mais com ótima qualidade e custos menores. Para isso, ele defendia o aumento da produtividade industrial brasileira”, explicou.

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é o autor do livro. Foto: Reprodução/Linkedin

Outra equívoco que o autor aponta é sobre o custo da construção de Brasília, algo que teria, segundo alguns historiadores, causado o aumento da dívida do país.

“Tal alegação também não procede. A capital brasileira, segundo o ex-ministro Roberto Campos, teria custado, no máximo 3,5%, do PIB nacional, o que equivaleria, nos dias de hoje, a cerca de US$ 70 bilhões. Esse valor, considerando-se o dólar atualmente cotado a R$ 5,00 – equivale a R$ 350 bilhões. Isso custo total. Ora, só em 2023, o setor público brasileiro está pagando a título de juros nominais da sua dívida, considerando os últimos 12 meses, até setembro deste ano, 700 bilhões de reais. Ou seja, nós jogamos no lixo, apenas neste ano, 700 bilhões de reais. Ou seja, duas vezes o custo da construção de uma cidade como Brasília”, salientou

E outro ponto que o economista trata de desmitificar é sobre o aumento da dívida do país durante o mandato de Juscelino Kubitschek.

“O nível de endividamento do país no final do governo JK era 4,5% do PIB, de acordo com dados da fundação Getúlio Vargas. Olha, atualmente está em 75% (risos). O que significam 4,5% diante dessa porcentagem atual?”, questiona.

Com 704 páginas, o livro ‘JK: Doutor em Desenvolvimento – Um Mineiro à Frente de seu Tempo’ pode ser comprado pelo site mercadocomum,com.

Mais informações sobre como adquirir a obra podem ser encontradas aqui.

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