
Unidade do Instituto Estadual de Olhos já realizou mais de 23 mil exames oftalmológicos no primeiro mês | Maurício Bazilio/SESRJ
Com estrutura moderna e foco no atendimento público, um novo hospital de olhos no Rio movimenta a saúde da Zona Oeste. Localizado em Senador Vasconcelos, o Instituto Estadual de Olhos (IEO) completou seu primeiro mês de funcionamento com números expressivos: mais de 23 mil exames realizados e 3.900 consultas oftalmológicas oferecidas.
Esses atendimentos gratuitos, via Sistema Único de Saúde (SUS), já beneficiam pacientes de 66 municípios fluminenses. A principal missão da unidade é clara: reduzir o tempo de espera por exames oftalmológicos e, num segundo momento, eliminar a fila de cirurgias de catarata no estado.
A estrutura chama atenção. São duas salas cirúrgicas, sete leitos para recuperação, seis consultórios e equipamentos de ponta. O investimento do Governo do Estado ultrapassou R$ 6 milhões. Ali, tomografias, ultrassonografias e mapeamentos de retina são rotina.
A catarata, uma das doenças mais comuns entre idosos, atinge 17% das pessoas até os 65 anos e quase metade dos que têm entre 65 e 74. O IEO quer mudar esse cenário com agilidade e precisão. A cirurgia, rápida e eficaz, leva no máximo 30 minutos. O retorno acontece no dia seguinte.
“Este procedimento é um marco no estado, pois consolida a importância do Sistema Único de Saúde no processo de envelhecimento saudável. Hoje, a população idosa com 60 anos ou mais no estado é superior a 13%, segundo o Censo, e ter uma unidade dedicada ao tratamento ocular é um grande ganho, pois reafirma nosso compromisso com eles”, disse a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
Selma de Lima Tavares, 73 anos, de Carapebus, foi a primeira paciente operada na unidade. Diagnosticada com glaucoma e catarata, ela operou o olho esquerdo e emocionou a equipe ao declarar seu primeiro desejo: abraçar a filha que tem sido seus olhos.
“Vejo tudo embaçado. Não consigo pegar ônibus, ler e ver televisão, pois só enxergo vultos. Tive várias quedas. Minha filha é meu xodó, é tudo para mim. Ela é meus olhos, por isso, quero dar um grande abraço nela de gratidão quando voltar a enxergar. Meu dia chegou”, comemorou Selma de Lima Tavares.
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Leocádia Dalva dos Santos Costa, 74, também passou pela cirurgia. A visão turva atrapalhava até as tarefas mais simples. Agora, ela enxerga com nitidez o que antes era sombra.
“Tenho catarata nas duas vistas e não identifico as pessoas de longe, não consigo subir e descer escadas sozinha. Outro problema, com visão turva, é abrir a porta de casa com a chave”, destacou a moradora de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
O Instituto é o primeiro da rede estadual com foco exclusivo na saúde ocular. Com capacidade para realizar 800 consultas e 300 cirurgias por mês, atende pessoas a partir dos 18 anos. O objetivo: apoiar os municípios na oferta de serviços oftalmológicos especializados, com acolhimento e dignidade.