“Constelação Familiar não é mágica. É uma chance de ver e aceitar o nosso lugar e nosso papel no nosso sistema familiar. Com a postura certa, nos auxilia a assumir a responsabilidade que nos pertence e assim tomar as atitudes necessárias para caminhar adiante”.
Bert Hellinger.
Esta é definição do próprio criador das Constelações Familiares, o papel dela fica claro em dissolver conflitos dentro de um relacionamento. Dessa forma, a ideia é identificar as ações que estão se repetindo e encontrar suas origens. Com isso, fica claro que tudo advém do passado porque somos reflexos e consequências das ações de nossos ancestrais.
Segundo o dicionário Houaiss, a palavra “constelação” na língua portuguesa pode ter o significado de um grupo de estrelas próximas, de um grupo de pessoas brilhantes, ou até “um conjunto de elementos que formam um todo coerente, ligados por algo em comum”. (Houaiss, 2009, p. 531).
As Constelações Familiares, existem desde a década de 70, como psicoterapia fenomenológica existencial sistémica integrativa. O método usa como abordagem, a existência de um campo familiar que registra nossas existências e nos conecta com os ancestrais. Com isso, os descendentes podem reproduzir suas ações, pensamentos e emoções, afetando diretamente nossas próprias vidas.
Teoria do campo
A Teoria do Campo morfogênetico de Rupert Sheldrake, defende que os genes transmitem memórias dos ancestrais. Assim, concluiu que existe um campo familiar, um registro atemporal, onde cada ato nosso fica guardado e afeta os descendentes. Dito isto, podemos resumir as propriedades hipotéticas dos campos mórficos da seguinte forma:
- Eles são todos auto-organizados.
- Têm um aspecto espacial e temporal e organizam padrões espaço-temporais de atividade vibratória ou rítmica.
- Atraem os sistemas sob a sua influência para formas e padrões de atividades características, cujo nascimento organizam e cuja integridade mantêm. Os fins ou metas para os quais os campos mórficos atraem os sistemas sob sua influência são os atratores. Os caminhos pelos quais os sistemas geralmente alcançam esses atratores são chamados de creodos.
- Eles interrelacionam e coordenam as unidades mórficas ou hólons que estão dentro deles, que por sua vez são todos organizados por campos mórficos. Os campos mórficos contêm outros campos mórficos dentro deles em uma hierarquia aninhada ou holarquia.
- São estruturas de probabilidade e sua atividade organizadora é probabilística.
- Eles contêm uma memória embutida dada pela auto ressonância com o próprio passado de uma unidade mórfica e pela ressonância mórfica com todos os sistemas semelhantes anteriores. Essa memória é cumulativa. Quanto mais padrões específicos de atividade são repetidos, mais habituais eles tendem a se tornar.
ligações entre elementos e pessoas
No dicionário ou na produção científica, o termo constelação serve para indicar ligações entre elementos e entre pessoas. A assimilação do termo no Brasil começou a usar-se em abril de 2001, quando então Bert Hellinger, ministrou workshop em São Paulo “O amor que cura e o amor que adoece”, no qual apresentou sua técnica “Constelação Familiar.
Com relação ao uso do termo Constelação Familiar, é importante frisar que a tradução do alemão familien stellené, para o português mais adequada seria, “colocar a família”, “posicionar a família”.
constelação sistêmica familiar
A Constelação Familiar é uma técnica sistêmica fenomenológica e tem como foco a solução de conflitos entre pessoas de um mesmo sistema familiar. Pensando nisso, o terapeuta que trabalha com esta abordagem, ferramenta busca as relações familiares que estejam conectadas ao campo e as pessoas, e este campo pode trazer orientações sobre os distúrbios familiares.
“O movimento do espírito, tal como o vivenciamos em nossas viagens interiores, é um movimento que se dedica a todas as coisas, tais como são. Ele não seria imaginável de outro modo. Se tudo o que se move é movido por esse espírito, como pode existir algo fora desse movimento ou que não seja querido por ele? Portanto, quando esse movimento nos envolve, ele nos toma consigo nesse movimento de concordância com todas as coisas, tais como elas são, exatamente como são. Por conseguinte, quando excluímos algo em nós ou em outros, ou quando nos excluímos ou excluímos outros do amor, perdemos a conexão com esse movimento de amor do espírito. Bert Hellinger. (Viagens Interiores, 2008, pag. 40).
Existe uma alma familiar que une todas as pessoas da família, “a grande alma”, assim definida por Bert Hellinger, independentemente de estarem vivas ou mortas. Em seu livro Viagens Interiores esclarece que: À alma também nos une a outras pessoas. Em primeiro lugar, ela nos une à nossa família: a nossos pais, irmãos e antepassados, ela nos une a eles como se tivéssemos uma alma comum, uma alma maior. E a nossa alma pessoal atua em função dessa alma maior que, por sua vez, atua na alma que vivenciamos como a nossa alma.