Distanciamento olímpico
Como é comum acontecer no Brasil, a cada quatro anos surgem especialistas nos mais diversos esportes. Tirando os ex-atletas convidados para analisar as competições (e que normalmente não possuem visão crítica do que acontece), na maioria das vezes somos, espectadores, ouvintes, leitores, surpreendidos pelos anos de falta de informação.
Vejam o que aconteceu com a esgrimista Nathalie Moellhausen.
Quem acompanhava a natação, ou o vôlei, de repente viu que ela estava passando mal no jogo contra a canadense Ruien Xiao. Suava muito, estava ofegante… Era visível que não teria condições de ir até o fim. Só que, raçuda, ela encarou o desafio e, apesar da derrota (15 a 11), mostrou estar bem-preparada.
Só aí ficamos sabendo que Nathalie está com cirurgia marcada para extrair um tumor benigno, na região do cóccix. Para quem não sabe (e eu não sabia), a dor irradia para braços ou pernas, provoca fraqueza muscular, causa instabilidade da coluna… E ela foi até o final, brigando ponto a ponto para seguir na jornada olímpica.
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Quem achou, num primeiro momento, que havia um quê de fragilidade, teve de render-se à força dessa ítalo-brasileira.
Que tudo corra bem na cirurgia, que, parece, será inclusive antecipada. E que nossos conhecimentos esportivos não sejam ampliados apenas a cada quatro anos.
Não chore, não, Cachorrão
Na sua bateria classificatória dos 400m livre, a quarta, Guilherme Costa, o Cachorrão, foi o primeiro colocado. Marcou 3min44s23, simplesmente o segundo melhor tempo, atrás apenas do alemão Lukas Maertens (3min44s13).
Em entrevista após as eliminatórias, foi sincero: achava bom conquistar uma medalha; considerava excelente ser ouro. E tinha condições para isso.
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Na final, Cachorrão marcou 3min42s76, bateu o recorde das Américas, mas…
Terminou em quinto lugar (o pódio teve o alemão levando o ouro com 3min41s78; o australiano Elijah Winnington com a prata; e o sul-coreano Woomin Kim conquistando o bronze).
Ainda ao lado do bloco de partida, Cachorrão chorou. Sabia que tinha condições de ir além. Não deu. Deve, porém, sair de cabeça erguida.
Início promissor
A equipe masculina de basquete calou a galera da casa no primeiro quarto da partida. Só que derrapou a partir daí e acabou perdendo o jogo de estreia no torneio olímpico: França 78 x 66 Brasil.
Nos primeiros dez minutos chegamos a conseguir oito pontos de vantagem.
Nos dois quartos seguintes, porém, os franceses dominaram e agora só nos resta jogar a vida contra a Alemanha, velha conhecida, na terça-feira, para tentar a vaga nas quartas contra o Japão, que parece ser, mesmo, o mais fraco do grupo B.
Pelo que apresentou na primeira partida, dá, sim, para sonhar.
Foi cruel
Perder para a Itália no vôlei masculino nunca será uma surpresa. Muito menos uma vergonha. Só que, neste torneio olímpico, num grupo forte como o que está o Brasil, perder por 3 a 1 para a Azzurra pode ter consequências muito fortes.
Explico: passam os dois primeiros colocados de cada grupo, mais os melhores terceiros. Com os 3 a 1, os italianos marcaram três pontos. Nós, nenhum. No outro jogo, a Polônia fez o que se esperava e enfiou 3 a 0 no Egito.
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Resumindo: vamos precisar esmagar os egípcios, em nossa última partida, mas não sem antes tentar derrubar os poloneses, na terça-feira. Enquanto isso, e essa situação é ruim para o Brasil, a Itália deverá enfrentar os poloneses na última rodada já classificada.