Nesta quinta-feira (22), a Polícia Civil e a Secretaria de Ordem Pública (Seop) continuam as operações no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro do tráfico. Em seu sexto dia consecutivo, a ação resultou na demolição de prédios de luxo construídos ilegalmente, impactando diretamente a vida de mais de 900 estudantes da rede estadual, que ficaram sem aula.
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Desde a última semana, 133 construções já foram demolidas, com 24 prédios apenas nesta semana nas áreas de Nova Holanda, Parque União e Parque Rubens Vaz. O Ciep César Pernetta e o Ciep João Borges tiveram suas atividades suspensas nesta quinta-feira para garantir a segurança dos alunos e funcionários durante a operação, conforme informado pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). Por outro lado, a Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou que as 46 unidades da rede municipal no Complexo da Maré estão funcionando normalmente.
No início da tarde, moradores do Parque União realizaram uma manifestação em resposta à continuidade das operações, que já haviam causado a interrupção das aulas em 26 escolas no dia anterior, afetando cerca de 9 mil alunos.
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A operação ganhou destaque no dia 13 de agosto, quando agentes da Polícia Civil identificaram imóveis de luxo utilizados por traficantes. Entre eles, duas coberturas chamaram a atenção, avaliadas em cerca de R$ 5 milhões cada. Uma das coberturas possuía dois andares com acabamento em mármore e porcelanato, além de uma área de lazer com churrasqueira e piscina de 40 mil litros. A segunda, um quadriplex, contava com jacuzzi, closet, escadas com iluminação LED automática e uma piscina com cascata.
No térreo de um desses imóveis, os agentes encontraram um quarto repleto de caixas de vinho e champanhe. As investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) revelaram que o Complexo da Maré vem sendo utilizado há anos para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, através da construção de empreendimentos ilegais. As obras foram realizadas sem qualquer autorização da Prefeitura, e engenheiros estimam um prejuízo de R$ 30 milhões aos responsáveis pelas construções.