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Crise nos Ônibus: Empresários querem passagem a R$ 6,13

Setrerj quer passagem de ônibus a R$ 6,13 em Niterói

Foto: Transnit

 

O sindicato que representa as empresas municipais de ônibus em Niterói (Setrerj) quer que o valor da tarifa do serviço seja de R$ 6,13. A proposta feita pelo governo municipal, é que o valor passe a ser de R$ 5,15, a partir de janeiro de 2024.

O Setrerj argumenta que a tarifa sugerida pela entidade é calculada com base nas fórmulas previstas no contrato de concessão, leva em consideração os custos e as receitas operacionais ao longo da vigência do compromisso e representa o ponto de equilíbrio que permite a recomposição das perdas sofridas com o longo tempo de congelamento da tarifa.

“A tarifa se encontra defasada, prejudicando a prestação do serviço por parte dos operadores. O desequilíbrio econômico-financeiro do sistema já foi reconhecido pela prefeitura, o que reforça e valida os alertas dos consórcios sobre as dificuldades de operar dentro dos parâmetros definidos em contrato”, afirma o Setrerj.

Todavia, isto não significa necessariamente que o passageiro terá de desembolsar R$ 6,13 ou R$ 5,15 para embarcar nos coletivos. Há projeto de lei em discussão na Câmara que autoriza o Poder Executivo a instituir o subsídio para as tarifas de ônibus no município.

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Dessa forma, caso o projeto de lei seja aprovado, haverá um regulamento prevendo a possibilidade de o Município subsidiar parte da tarifa. Isso incluiria o reajuste proposto, podendo, inclusive, existir a redução do valor atualmente pago pelo usuário. Calcula-se que o abatimento poderia chegar a até 30% do valor da tarifa.

“A Procuradoria Geral do Município (PGM) informa que a proposta de acordo apresentada pelo Município apresentou, entre outras cláusulas, a fixação da tarifa técnica em R$ 5,15, a partir de janeiro de 2024, com base no valor apresentado por um estudo elaborado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) neste ano”, explicou a Prefeitura de Niterói.

Sendo assim, caso a tarifa técnica seja fixada em R$ 6,13, o subsídio faria com que o valor pago pelo passageiro passasse a ser de aproximadamente R$ 4,30. Contudo, se a tarifa técnica for estabelecida em R$ 5,15, o valor para o passageiro passaria a ser de R$ 3,60. É importante frisar que, atualmente, a passagem custa R$ 4,45 na cidade.

Setrerj discorda de proposta

Segundo o Setrerj, o valor apresentado pela Prefeitura tem como base somente a variação do Índice de preços ao consumidor (IPCA) ao longo dos anos e não representa os custos reais de operação, como, por exemplo, o crescimento do óleo diesel.

“Ao levar em conta só o IPCA, a Prefeitura também não considerou os impactos da crise econômica, que resultaram na redução do número de passageiros pagantes”, enfatizou o Setrerj.

Por fim, o sindicato sugeriu que o valor de R$ 5,15 deve ser considerado uma tarifa emergencial e não a tarifa técnica com base no contrato de concessão. Além disso, destacou que, na última audiência judicial sobre o imbróglio, os consórcios Transnit e Transoceânico solicitaram que o cálculo da tarifa técnica fosse feito por um perito indicado pelo juiz responsável pelo caso.

Rodoviários acompanham discussões

O presidente do sindicato dos rodoviários (Sintronac), Rubens Oliveira, avalia que o estabelecimento de uma tarifa técnica é fundamental para que a negociação salarial da categoria. Oliveira ainda alertou que o estudo da UFRJ também não considerou a proposta da categoria de reposição inflacionária dos salários, mais o percentual de aumento real.

“Os trabalhadores foram ignorados na equação final, que formulou o PL 106/2023. Uma coisa é a tarifa social, o preço a ser pago pelo usuário, outra é a tarifa técnica, que contempla a recuperação das despesas com os custos operacionais das empresas, inclusive os salários dos rodoviários. Qual seria o valor ideal da tarifa social? Infelizmente não sabemos”, explicou o sindicalista.

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Em novembro, ocorrerá a campanha salarial da categoria. Assim sendo, os rodoviários reivindicam reajuste salarial de 15% e cesta básica de R$ 700,00, com desconto de 10% no pagamento. O presidente do Sintronac cobrou uma intervenção efetiva do poder público e alertou que, caso isso não aconteça, uma greve poderá ocorrer.

“Caso isso não ocorra, não haverá alternativa para os trabalhadores a não ser uma mobilização sem precedentes em nossa história, que poderá, se a categoria entender como legítima, chegar a uma greve, piorando ainda mais o problema”, complementou Oliveira.

Leitores opinam

Selma Santos reclama da qualidade do serviço de ônibus, bem como do valor da tarifa:

Manda quem tem ( Empresários) e obedece quem tem juízo ( Prefeitura). Infelizmente é assim que funciona e o usuário pagando uma passagem cara e sem nenhum conforto uma triste realidade.

Lidiane Vieira acha que a abertura para novas empresas seria uma solução.

Tá na hora de ter empresas concorrentes.
A população sofre muito com essas Empresas”, criticou.
Ana Rachel Pinheiro entende que ao invés de construir o BHLS, Niterói deveria ter investido em um VLT.
Prefeitura ao invés de fazer VLT igual no centro do rio, perdeu tempo fazendo essa pista pra ônibus”, ponderou.

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