
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC) alerta para riscos do aumento do IOF e efeitos na economia e no mercado financeiro do Brasil na política fiscal e tributária, gerando impactos no crédito | José Cruz/Ag.Brasil/Divulgação
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), teceu criticas ao uso do Imposto de Operações Fiscais (IOF) como solução tributária para arrecadação fiscal, num evento em São Paulo nesta segunda-feira (2). O aumento do IOF, assim como seu impacto na economia brasileira estão gerando grande preocupação entre especialistas e investidores. O presidente do BC, em resumo, reforçou que o imposto deve manter seu caráter regulatório e não ser instrumento para política fiscal e monetária.
Galípolo destacou que o IOF não deveria ser utilizado para aumentar a arrecadação. Igualmente, nem para substituir a elevação da taxa de juros.
“Eu sempre tive essa visão de que não deveria utilizar o IOF nem para questões arrecadatórias, nem para fazer algum tipo de apoio para a política monetária. É um imposto regulatório, como está bem definido”, disse Galípolo durante debate promovido pelo Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), em declaração obtida pela Agência Brasil.
Para ele, a recente elevação do imposto pode soar como controle de capital por investidores internacionais. Além disso, pode prejudicara confiança no mercado financeiro. O presidente do BC defendeu que o IOF não deve influenciar a escolha das linhas de crédito pelas empresas, para evitar arbitragens tributárias.
“Não é desejável que você tenha uma escolha de uma linha ou de um produto específico em função de uma arbitragem tributária”, acrescentou.
Além disso, Galípolo explicou que o Banco Central vai analisar com cautela o impacto do aumento do IOF nas projeções de inflação e Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o governo e o Congresso debatem alternativas. Segundo ele, o consumo tende a se tornar mais comedido até que o formato final da medida ter definição.
“A gente tende a consumir com mais parcimônia, aguardar o desenho final para entender de que maneira e quanto deve ser incorporado nas nossas projeções”, concluiu o presidente do BC.
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