
Dor Crônica tem resposta: Alerj aprova projeto da deputada Lilian Behring (PCdoB), que tem como objetivo criar um Centro de Referência com atendimento pelo SUS | Reprodução
A dor crônica, que afeta silenciosamente milhões de brasileiros, pode finalmente deixar de ser tratada como um incômodo invisível. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, na quinta-feira (29), a criação do Centro de Referência de Tratamento da Dor Crônica, uma proposta da deputada estadual Lilian Behring (PCdoB). Em resumo, a proposta promete transformar a forma como o Estado lida com esse problema de saúde pública.
Com atendimento gratuito, especializado e multidisciplinar, o centro oferecerá desde terapias tradicionais até alternativas como acupuntura, musicoterapia e técnicas de relaxamento. A medida pretende alcançar principalmente mulheres, pessoas de baixa renda e idosos, os mais atingidos pela dor crônica — condição que atinge 1 em cada 3 brasileiros com mais de 50 anos, segundo o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil).
Saúde invisível, sofrimento real
A proposta nasce da vivência profissional da deputada, formada em enfermagem. Segundo Lilian, a dor crônica ainda é tratada com descaso, embora seus efeitos sejam devastadores.
“Como profissional da saúde, eu vi de perto o sofrimento silencioso de quem vive com dor todos os dias. Não é exagero dizer que a dor crônica rouba vidas. Ela impede o trabalho, isola pessoas da família e contribui para depressão e até suicídio. Ignorar isso é desumano. Nós precisamos agir, e é isso que estamos fazendo com esse Centro”, declarou a parlamentar.

Deputada Lilian Behring comemora aprovação de projeto de sua autoria pela Alerj para o tratamento de Dor Crônica | Hevelin Costa/Divulgação
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Estudos mostram que 36,9% dos brasileiros acima dos 50 anos sofrem com dores contínuas. No Rio de Janeiro, estima-se que mais de 3,7 milhões de pessoas vivam com dor crônica. Muitas recorrem ao uso contínuo de opioides — medicamentos potentes, mas com alto risco de dependência — por falta de alternativas no SUS.
Atendimento completo e humanizado
A ideia do novo centro consiste no rompimento com o modelo tradicional, focado exclusivamente em remédios. Nesse sentido, a estrutura teria em sua composição médicos, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais, criando um atendimento integral e acolhedor. A proposta também inclui serviços de reabilitação física, suporte psicológico e atividades terapêuticas complementares.
“A dor crônica é uma realidade que muitos fluminenses enfrentam diariamente. Este Centro será um espaço dedicado ao cuidado integral, oferecendo tratamentos que vão além da medicação, com foco na reabilitação e bem-estar dos pacientes”, reforçou Lilian.
Próximos passos
Agora que a Alerj aprovou a Indicação Legislativa nº 461/2025, cabe ao governador Cláudio Castro decidir se transformará o projeto em política pública.
“A aprovação na Alerj mostra que a dor crônica está, finalmente, sendo levada a sério como uma questão de saúde pública. Agora esperamos sensibilidade e agilidade do governo estadual para tirar essa proposta do papel e começar a cuidar de quem já espera há anos por um tratamento digno”, concluiu Lilian Behring.