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Acordo entre Brasil e EUA para o fim do tarifaço é questão de dias, diz Lula

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebra aniversário de 80 anos dizendo estar mais vivo do que nunca e afirmando que acordo que deve selar o fim do tarifaço dos EUA com os produtos do Brasil deve acontecer em alguns dias | Ricardo Stuckert/Presidência da República

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebra aniversário de 80 anos dizendo estar mais vivo do que nunca e afirmando que acordo que deve selar o fim do tarifaço dos EUA com os produtos do Brasil deve acontecer em alguns dias | Ricardo Stuckert/Presidência da República

Da Redação, André Freitas, diretor-executivo e repórter do Folha do Leste (Niterói, 27/10/2025, às 11h13) — Após o primeiro encontro oficial bilateral entre os governos de Lula, pelo Brasil, e Donald Trump, pelos Estados Unidos, o presidente brasileiro afirmou que a suspensão das tarifas impostas aos produtos brasileiros deve ocorrer em poucos dias</strong>.

Durante entrevista coletiva concedida à imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia, Lula também comentou sobre as tensões envolvendo o bicentenário parceiro comercial com a Venezuela.

No campo comercial, Lula ponderou que os Estados Unidos registram superávit no comércio com o Brasil. Isso, por si só, eliminaria qualquer justificativa para as taxações. Ele entregou um documento detalhando os pontos de negociação, frisando a Trump que busca apenas soluções justas para o país.

“Não estou reivindicando nada que não seja justo para o Brasil”, afirmou Lula.

Diálogo comercial sem atravessadores

O presidente ressaltou ainda que o foco das negociações é comercial. Assim sendo, estão totalmente descartadas da agenda entre os dois países quaisquer situações inerentes à conflitos políticos. Tampouco a promessas vazias:

“O que ele tem que fazer é compromisso. E o compromisso que ele fez é que pretende realizar um acordo de boa qualidade com o Brasil”, disse, ao comentar a postura de Trump.

Considerando que o ainda deputado federal Eduardo Bolsonaro tenha dado início a essa situação, já está mais do que claro, para o mundo inteiro, que ele está excluído de qualquer participação no que vier a acontecer daqui por diante. Aliás, as declarações dele vêm perdendo credibilidade nos últimos dias. Até mesmo diante de quem entendeu essa atuação dele no exterior como uma medida correta, sobretudo seu próprio pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nesse sentido, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que as equipes de Brasil e Estados Unidos terão reuniões, nas próximas semanas. A pauta terá, como prioridade, os setores mais afetados pelas tarifas.

“Concordamos em trabalhar para construir um acordo satisfatório para ambas as partes. Nas próximas semanas, acordamos um cronograma de reuniões entre as equipes negociadores para tratar das negociações de ambos os países com foco nos setores mais afetados pelas tarifas”, afirmou.

De igual forma, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços, Márcio Rosa ressaltou que apenas aspectos comerciais estão em pauta. Ele deixou claro que a solicitação do Brasil é de reversão da decisão política da taxação porque tais motivações já estariam superadas.

“Os aspectos políticos que poderiam existir já não estão mais, não está mais na mesa aquilo que nunca poderia ter estado mesmo. Graças a essa posição, nós hoje fazemos uma discussão de um acordo comercial e não com outras naturezas que não sejam comerciais”, destacou Rosa.

Venezuela e cooperação regional

Ainda na coletiva, Lula reforçou que havia se colocado à disposição de Donald Trump para apoiar negociações envolvendo a Venezuela. Ele reafirmou o histórico papel do Brasil em mediações internacionais, ao passo que deixou explicita a posição contrária do país a conflitos na região:

“Nossa guerra é contra a pobreza e a fome. Não dá para achar que tudo é resolvido à bala”, disse.

Lula e Donald Trump apertam as mãos após encontro na Malásia | Ricardo Stuckert/Presidência da República

Lula e Donald Trump apertam as mãos após encontro na Malásia | Ricardo Stuckert/Presidência da República

Além disso, o presidente reforçou o convite para que Donald Trump participe da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.

“É importante que ele vá para dizer o que pensa. Não podemos fingir que não existe uma situação climática”, afirmou.

Expansão de relações e Brics

A equipe brasileira também destacou a importância de estreitar relações com países do Sudeste Asiático, sobretudo com Indonésia e Malásia. Afinal, tratam-se de países situados numa região estratégica para comércio e inovação tecnológica. Lula manifestou, ainda, seu apoio ao ingresso da Malásia como membro pleno do Brics. Atualmente, o Brasil mantém com o país asiático excelente relação de parceria comercial.

Lula 8.0

Luiz Inácio Lula da Silva completa 80 anos nesta segunda-feira (27). Com bom humor, ao mesmo tempo que iniciava a conversa com os jornalistas, ele celebrava sua vitalidade:

“Nunca me senti tão vivo e com tanta vontade de viver”, disse o presidente da República.

Recentemente, Lula disse que será candidato à reeleição. Certamente, faz-se necessário, em qualquer idade, muita disposição e vitalidade para enfrentar uma campanha eleitoral.

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