Vereadora Benny Briolly acusa Eduardo da Silva Picoto, secretário parlamentar de Carlos Jordy, de atentado contra mulher trans | Reprodução Instagram @bennybriolly
Durante Sessão Ordinária desta terça-feira (29), na Câmara Municipal de Niterói, a vereadora reeleita Benny Briolly (Psol) acusou Eduardo da Silva Picoto, de um atropelamento proposital contra uma mulher transexual. De acordo com ela, Eduardo é secretário parlamentar do deputado federal Carlos Jordy (PL) e amigo íntimo do mesmo.
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A vereadora relatou que na madrugada após o resultado das eleições, Picoto passava com seu carro por uma conhecida rua de Niterói, famosa por prostituição de mulheres transexuais e travestis.
“O secretário parlamentar do deputado Carlos Jordy passou nessa rua por acaso”, disse a vereadora em forma de sarcasmo. “O mesmo já estava com uma travesti dentro do carro. E com raiva e ódio, atropela outra mulher transexual”, afirmou.
O Termo de Declaração feito pela acompanhante de Picoto, durante o acidente, na 76ª Delegacia de Polícia, diz:
“Narra a declarante que nesta madrugada, por volta de 00:30h, saiu de um motel com um cliente, ora identificado como EDUARDO DA SILVA PICOTO, e quando o mesmo conduziu seu veículo de placa PWO4E53, um LOGAN/RENAULT de cor prata, pela rua Visconde de Itaboraí, próximo ao nº 409, EDUARDO atropelou uma travesti a qual não soube o nome”.
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Fotos do momento do acidente, do carro danificando, assim como da vítima, foram divulgadas.
Reprodução @bennybriolly
Reprodução @bennybriolly
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Na Sessão Ordinária, Benny continuou seu discurso dizendo que a situação não ficaria impune.
“Os meus valores lutam pela dignidade de todas essas mulheres que estão na rua trabalhando. Quero dizer que isso não vai ficar impune, porque nessa cidade tem uma travesti eleita. E ele (Eduardo) não vai usar do ódio, do fascismo, do preconceito, da intolerância dele, para poder agredir qualquer travesti, transexual e nem as minhas LGBTQIAPN+”, garantiu.
Como presidenta da Comissão de Direitos Humanos, a vereadora afirmou que já estava acompanhando o caso e que espera que Eduardo seja responsabilizado.
“Mais de 90% das mulheres trans, hoje, estão na prostituição como única alternativa e condição de trabalho. Isso porque a gente vive numa sociedade que é preconceituosa para empregar uma travesti. Mas não é para sair da igreja, de dentro de casa, largar suas esposas, largar seus filhos, para sair dos gabinetes, de onde for, e procurar uma travesti em rua de prostituição. E como se não bastasse, ainda agredir e violentar o corpo dessa travesti, como foi o caso recente de um pastor”, continuou Benny.
Durante a mesma Sessão, Renato Cariello (PDT), vice-presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública e Controle Urbano e 1º vice-presidente da Câmara, também comentou o assunto. Ele disse que, no início do mês de abril, teve graves problemas relacionados ao irmão de Picoto.
“Ele fez minha filha chorar no Dia dos Pais. Foi para as redes sociais fazer graves acusações contra mim. Fui na 76ª DP, fiz um RO e ele também chorou, porque internet não é terra sem lei. O que vemos é isso, comportamentos reprováveis dessas pessoas que violam mulheres trans, famílias, porque acham que podem fazer tudo. Comigo não se criou”.
O vereador terminou seu discurso oferecendo apoio.
“O que precisarem da Comissão de Segurança Pública, estaremos unidos, lado a lado, porque temos que defender as pessoas”.
Nossa equipe entrou em contato com a Polícia Civil, assim como com o deputado estadual Carlos Jordy. Até o fechamento desta reportagem, não obtivemos retorno.
