O jornalismo esportivo brasileiro… Melhor dizendo, o jornalismo esportivo mundial, perdeu, em pouco mais de um ano (precisamente um ano e uma semana) dois de seus principais personagens. Falo, obviamente, de Pelé – que nos deixou dia 29 de dezembro de 2022 – e de Zagallo, que morreu aos 92 anos na noite desta sexta-feira, 5 de janeiro de 2024.
Claro que a esta hora o leitor já sabe tudo e mais um pouco sobre a vida e obra de Zagallo. Que nasceu em Alagoas, que jogou nas categorias de base do América, foi do Flamengo, do Botafogo… Que estava no Maracanã, como força de segurança, na final de 50; que foi campeão do mundo jogando em 58 e 62; como treinador em 70; como coordenador em 94…

Zizinho, Pelé, Didi, Zagallo, NIlton Santos, Carlos Alberto, Gilmar… O céu está com um timaço, enquanto no país do futebol, está cada vez mais difícil escalar uma seleção | Reprodução
“Leia mais notícias de Vicente Dattoli aqui”
Neste momento, porém, não quero entrar nestes detalhes. Apesar dos meus poucos 60 anos (pensei que jamais fosse escrever algo assim), devo dizer que, se faltava alguém, agora a seleção brasileira do infinito está completa. Infelizmente. E digo isso ainda olhando para esses moços (pobres moços…) que pensam em cabelos ridículos, tatuagens e só dão valor ao dinheiro que podem amealhar com sua carreira no futebol.

Foto: Lucas Figueiredo – CBF
No gol, escolham: Gilmar dos Santos Neves, Castilho ou Félix (por que não?).
Na lateral direita, Djalma Santos ou Carlos Alberto Torrres – as opções com a seleção de 1970 estão ligadas à minha memória afetiva, claro. Na zaga… Bem, não falar de Bellini e Mauro é até heresia. A lateral esquerda tem ninguém menos do que Nilton Santos e Everaldo. Está bom para você, leitor? Ou querem outras opções?

Foto: Neil Hall – Getty Images
Do meio para a frente a coisa complica. E complica pelo excesso, felizmente. Ou melhor, infelizmente, porque hoje não temos essa fartura toda. Escolha seu esquema tático e preencha as posições que faltam. Garanto que teremos mais candidatos do que vagas – e todos eles de altíssimo nível.
“Leia mais notícias de Vicente Dattoli aqui”
Zito, Didi, Garrincha, Pelé, Zagallo… Quem mais? Vavá, Dida, Coutinho… E se não quisermos ficar apenas com aqueles que foram campeões do mundo, como esquecer Ademir Marques de Menezes, Zizinho, Barbosa (já estou misturando apenas para que vejam como eram fartas as opções de então), Danilo Alvim, Friaça, Bigode…
Em síntese, com a morte de Zagallo, foi-se mais um tanto do romantismo do futebol brasileiro. Do jogador que vestia a camisa com amor, bem como orgulho e dedicação. Do membro de comissão técnica que mandava os rivais o “engolirem” porque sabia que era, sim, gigantesco. O futebol brasileiro aqui de baixo ficou ainda mais pobre. O do céu, cada vez mais forte.