Samba campeão da Unidos do Viradouro para o carnaval 2025 tem a autoria dos compositores Paulo César Feital, Inácio Rios, Marcio André Filho, Vitor Lajas, Vaguinho, Chanel e Igor Federal, defendido pelo puxador Tinga na grande final | Reprodução
A parceria liderada por Paulo César Feital venceu a disputa de samba da Unidos do Viradouro para o enredo “Malunguinho, o Mensageiro de Três Mundos”, que a agremiação de Niterói levará para defender seu quarto campeonato no carnaval carioca em 2025.
Além de Feital, assinam o samba campeão Inácio Rios, Marcio André Filho, Vitor Lajas, Vaguinho, Chanel e Igor Federal. O carnavalesco Tarcísio Zanon, bicampeão na Viradouro, assina o trabalho, juntamente com a diretoria de carnaval e equipe de enredistas.
O concurso teve início em agosto, com 24 parcerias inscritas. Mas apenas três chegaram à grande final. As outras duas parcerias que participaram da última fase do certame foram Deco, Samir Trindade, Fabrício Sena, Victor Rangel, Deiny Leite, Robson Moratelli, Felipe Sena, Jeiffer e Ricardo Castanheira; e Mocotó, PC Portugal, J. Lambreta, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes e Carlão do Caranguejo, com participação especial de Renato Pacote e Reinaldo Guimarães.
“O Rei da Mata que Mata quem Mata o Brasil”
O anúncio foi feito pouco antes das 3h da manhã, pelo diretor-executivo da agremiação, Marcelinho Calil. Em seu discurso, ele ressaltou a participação, bem como a qualidade de todas as obras que participaram das fases anteriores.
Marcelinho Calil durante o anúncio do samba campeão, ladeado pelo pai, Marcelão Calil, e por Wander Pires | Reprodução/Viradouro
“Não é porque a final é composta de três sambas que os demais não estão sendo respeitados, queridos, amados e enaltecidos nesta noite”, enalteceu.
Prosseguindo, Marcelinho Calil fez um discurso, cuja última frase anunciou o samba campeão.
“João Batista, líder libertário e reacionário. Herói nacional renegado pela literatura algumas vezes e perseguido pelos verdadeiros ladrões dessa terra. A coroa tentou possuir seu corpo, mas nunca, nem por um momento sequer, conseguiram e nem conseguiriam possuir sua alma ou os seus pensamentos. Do combate à mata, da mata à cura, e na cura ‘miração’. Salve a Jurema. Árvore sagrada, que representa a força e resistência do país mais brasileiro de todos: negro e indígena. Simbólica e ritualística, ela protege e detém um pouco de cada um que a adora. E ao chamar por Malunguinho, Mestre, Caboclo e Trunqueiro, saiba que há três verdades em uma só. E, nessa história, que pode até ser avessa da porta pra fora de uma escola de samba, pois aqui ela é reescrita à nossa maneira. Ele será coroado por Xangô no palco sagrado do samba. Do fogo à justiça, nas cinzas vencer, e fogo em quem impedir. Afinal, o rei da mata mata quem mata o Brasil.
Em seguida, Wander Pires, intérprete oficial da Viradouro, emendou cantando o samba campeão da Unidos do Viradouro para o carnaval 2025, com os demais músicos da escola.
Wander Pires, voz oficial da Unidos do Viradouro e atual campeão pela agremiação de Niterói | Reprodução/Viradouro
Festa Completa
Chrigor esquentou a quadra para a grande festa que viria a seguir do seu grande show | Reprodução/Viradouro
A noite começou com show do cantor Chrigor, que embalou sucessos dos anos de 1990. Sobretudo, dos tempos em que ele era a voz do grupo Exaltasamba. Logo em seguida, os segmentos da escola fizeram performances do enredo no palco, em uma exuberante apresentação teatralizada.
O Furacão e a Rainha
Mestre Ciça e a rainha Erika Januza | Reprodução/Viradouro
Todavia, além de toda emoção da disputa, a bateria do consagrado Mestre Ciça, juntamente com a lindíssima e carismática rainha Erika Januza, fez o coração pulsar ainda mais forte. Um show de ritmo e bossas que, certamente, vão garantir nota máxima na Sapucaí
Patrono enaltece comunidade e faz retrospectiva
“Gente, eu queria falar umas coisinhas antes do show começar. A nossa escola é considerada a escola do amor, da emoção, porque aqui a gente faz tudo com muito amor, com muita emoção., com muito carinho, com muito respeito. Essa é a escola que essa comunidade ama e quer sempre junto”
“Eu sempre digo nessa casa que a gente sabe perder, e sabe ganhar, que quando a gente ganha a gente só comemora a gente não fica espalhando por aí a não ser mais amor e mais tentativa de continuar ganhando. Por isso essa escola tem dois caminhos, o caminho da disputa com as outras 11 agremiações, e que a gente sabe que é difícil, mas que a gente sabe faz o possível pela vitória. E o segundo caminho, que é vitorioso, o ano inteiro, que é ter vocês amando e curtindo essa agremiação. Todo mundo aqui gosta do que está acontecendo”.
“Nós já fizemos várias coisas nessa escola. O instituto, as parcerias todas com algumas situações cestas básicas, entrega de brinquedos, Nós temos também a escola mirim despontando, temos jovens já dentro da escola mãe que foram criados aqui”.
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