
Abre-Alas da Unidos da Tijuca em desfile sobre orixá Logun Edé no Carnaval 2025 | Riotur /Marco Terranova
A Unidos da Tijuca abriu o segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval carioca com um espetáculo de cores, ritmo e emoção. O enredo “Logun Edé: o santo menino que velho respeita” levou para a Sapucaí a história do orixá menino, guerreiro e príncipe, em uma narrativa épica que misturou tradição e modernidade. Com um desfile repleto de criatividade, a escola do Borel mostrou por que é uma das mais queridas do Rio.

Unidos da Tijuca | Riotur/Alex Ferro
Sob o comando do carnavalesco Edson Pereira, a Tijuca apresentou um desfile que mergulhou na cultura iorubá. Logun Edé, filho de Oxum e Erinlé, foi retratado como um jovem guerreiro, respeitado por sua sabedoria e bravura. Diferente do estereótipo do “pequeno príncipe”, o enredo destacou a força e a importância do orixá na mitologia africana.

Alegoria destaca o azul-pavão da Unidos da Tijuca | Riotur/Alex Ferro
As alegorias, repletas de cores vibrantes, trouxeram o amarelo-ouro e o azul-pavão, cores da escola, em um conjunto que encantou o público. As fantasias, embora menos luxuosas, surpreenderam pela leveza e originalidade. Sobretudo, pelo uso de materiais simples que renderam um visual impactante.

Atriz Juliana Alves desfila à frente da Unidos da Tijuca | Riotur/Tata Barreto
Bateria Pura Cadência: ritmo e respeito
A bateria da Tijuca, comandada pelo mestre Casagrande, teve desempenho conservador por 40 minutos, apenas sustentando o samba com muita competência e ritmo, mantendo o mesmo compasso do início ao fim.

Bateria Pura Cadência da Unidos da Tijuca | Riotur/Alex Ferro
A “Pura Cadência”, fez convenções e paradinhas somente após a saída da bateria do primeiro recuo. Assim mesmo, apenas em frente às cabines de julgamento. Num gesto de solidariedade à rainha Lexa, ausente no desfile após a perda da filha que nasceu prematura, a agremiação conservou o posto da realeza sem nenhuma substituta.

Ito Melodia puxando o samba da Unidos da Tijuca | Riotur/Alex Ferro
O samba-enredo, composto por Anitta – que não compareceu ao desfile – e seus parceiros, fez o desfile da escola fluir com alegria. Com uma melodia envolvente e letra didática, contou a história de Logun Edé com riqueza de detalhes. O puxador Ito Melodia conduziu a comunidade tijucana com maestria, garantindo uma harmonia impecável.
Samba no pé
Com cerca de 2.350 componentes, a Tijuca apresentou um desfile compacto e sincronizado. Os componentes desfilaram com alegria e empolgação, mostrando sua garra.

Baianas da Unidos da Tijuca evoluem na Marquês de Sapucaí | Riotur/Marco Terranova
Em suma, o desfile da Unidos da Tijuca celebrou a cultura afro-brasileira. O enredo mergulhou nas raízes da escola, assim como mostrou a importância de Logun Edé como um símbolo de resistência e renovação.

Encontro entre Logun Edé e Oxalá na Comissão de Frente da Unidos da Tijuca, o “orixá menino que velho respeita” | Riotur/Alex Ferro
A juventude do Borel se viu refletida na história do orixá, que, mesmo jovem, conquistou o respeito dos mais velhos. Primordialmente, na última alegoria, que trouxe a atmosfera dos bailes funk para Marquês de Sapucaí.

Funk da comunidade do Borel desfila na Passarela do Samba | Riotur/Alex Ferro
Com o axé de Logun Edé, a Unidos da Tijuca deixou a Sapucaí com a certeza de um desfile memorável, que a reposicionou do Grupo Especial no pelotão de cima da tabela. Por fim, não é demais sonhar em repetir o desfile no próximo sábado. Afinal, uma apresentação tão vibrante e envolvente permite à agremiação pensar em pódio.

Lucinha Nobre defende pavilhão da Tijuca | Riotur/Tata Barreto