A deputada federal e candidata à Prefeitura de Niterói, Talíria Petrone (PSOL/RJ) teve uma audiência na última quarta-feira (11) com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia. O encontro aconteceu em Brasília e teve como objetivo discutir as investigações sobre as ameaças de morte que parlamentar está sofrendo há oito anos. Primordialmente, pelo compromisso assumido pela presidente do TSE de enfrentamento à violência política e aos discursos de ódio.
Acompanhada por Paula Lavigne e Manuela D’Ávila, a deputada destacou a necessidade de que as investigações avancem. E citou a luta contra a violência política, especialmente contra mulheres.
Esse encontro é um grande avanço para a nossa democracia. Estamos aqui para que nenhuma outra mulher seja intimidada e tenha a sua caminhada interrompida por qualquer tipo de violência. A ministra Cármen Lúcia se esforça muito para que o TSE compreenda a violência política de gênero e raça. Eu me sinto esperançosa por um futuro de paz na política e também me sinto muito honrada por ter o apoio de dos ícones de luta na política que são Paula e Manu”, disse Talíria.
Apoio de figuras públicas e luta contra a violência política
Talíria Petrone ressaltou o apoio recebido de Paula Lavigne, empresária e ativista, assim como de Manuela D’Ávila, ex-candidata à vice-presidência e defensora dos direitos humanos. Ambas se juntaram à parlamentar para mobilizar esforços contra os ataques e intimidações.
Segundo Manuela, o caso de Talíria é emblemático e reflete a realidade de muitas mulheres na política, particularmente no Rio de Janeiro, um estado marcado pela presença de milícias e onde Marielle Franco foi assassinada.
O caso da Talíria, que sofre violência nos últimos anos persistentemente e atinge também aos filhos dela, é um caso emblemático de como o Brasil trata as suas parlamentares e as suas candidatas. Hoje Talíria é a mulher na linha de frente que recebe o maior número de ameaças e vive em um Estado que, lamentavelmente, tem uma condição muito tensa. É um Estado ocupado pela milícia. É um Estado que Marielle foi executada e, mesmo assim, Talíria não teve ainda suas ameaças elucidadas. Hoje foi um passo importante para se fazer justiça por Talíria e mostrar para todas as mulheres que a gente está na luta para proteger a nossa presença nos espaços público”, assegura Manuela D’Ávila.
Histórico de ameaças e violência
Segundo um levantamento da Universidade Federal Fluminense (UFF), Talíria Petrone se trata da parlamentar mais ameaçada pelas redes sociais no Brasil. Nos últimos anos, ela registrou inúmeros casos de ameaças, sobretudo planos de morte elaborados por milicianos do Rio de Janeiro.
Além disso, ela também sofreu diversos ataques online de grupos extremistas. A última ameaça, recebida em julho de 2024, detalhava sua rotina pessoal e mencionava seus filhos. Em resumo, exigia que ela deixasse a vida política para não ter o mesmo destino de Marielle Franco.
Na última segunda-feira (9), Talíria se reuniu com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Henrique Figueira. Ele se comprometeu a acompanhar de perto as investigações. Igualmente, prometeu acionar as autoridades policiais em caso de novas intimidações. Principalmente, em áreas onde a campanha de Talíria tem sido impedida de atuar.