Isto sim, é a Tradição! Agora, o condor voltará a alçar seu voo em busca de seu universo não mais distante da Marquês de Sapucaí. Depois de 14 anos de ausência, enfim, a agremiação volta ao palco principal do carnaval de São Sebastião do Rio de Janeiro. Por vezes – incontáveis – ela brindou o público carnavalesco brasileiro com grandes desfiles. Por exemplo, a grande homenagem feita ao apresentador de TV Silvio Santos.
O campeonato ocorreu após a escola chegar em primeiro lugar, na leitura do último quesito, superando a Renascer de Jacarepaguá, que liderava a apuração e vencer o segundo dia de disputa da Série Prata. Entretanto, o título de campeã do primeiro dia (terça-feira, 13/02) da Série Prata ficou com o Botafogo Samba Clube.
Nesse ínterim, o coração do mundo do samba abre a janela para receber de volta a escola de samba da família de Natal. Vale lembrar que a Tradição surgiu, logo depois do carnaval de 1984.
Em síntese, naquela época, houve uma dissidência – já superada – de sambistas como Nésio Nascimento (filho de Natal), falecido em 2022. De igual forma, Léa, Odiléia, Tureca, Mazinho, João Nogueira e Paulo Pinheiro. Logo, outras figuras ilustras portelenses também aderiram à Tradição: Paulo Tavares, Mauro Tinoco, Sérgio Aiub, César Augusto Ferreira, Vera Lúcia Correa, Jorge Paes Leme, Tia Vicentina, Marlene e Vilma Nascimento.
Desse modo, a escola fez meteórica ascensão nas divisões de acesso e, em 1988, já estava no Grupo Especial. Por lá, passou uma constelação de carnavalescos, tais como Maria Augusta, Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, Viriato Ferreira, Paulino Espírito Santo, Edmundo Braga, e Orlando Junior.
Esse ano, a escola defendeu o enredo “Trono Negro”, do carnavalesco Leandro Valente. Um tema, sobretudo, em forma de manifesto. De antemão, a Tradição convidou o povo a ser participativo, ultrapassando os limites da avenida.
“Nossa arte é um ato político, um movimento de força e poder. A nova Tradição é uma escola inclusiva, plural, acolhedora, e que luta por direitos iguais, sem preconceitos de cor raça, orientação sexual, gênero e crença”, pondera a escola, que tem como presidente Raphaela Nascimento, filha de Nésio Nascimento.
Parabéns, Tradição.
Cubango punida
Uma das favoritas ao título, a Acadêmicos do Cubango deixa a disputa pelo título escapar por falta de eficiência no cumprimento do regulamento, bem como na defesa de alguns quesitos. Por exemplo, a agremiação perdeu, em obrigatoriedades, 1 ponto por apresentar menos componentes do que o exigido pelo regulamento. Igualmente, acabou penalizada em dois quesitos muito importantes. Em evolução, a agremiação perdeu dois décimos, ao passo que, em harmonia, perdeu mais um.
Não fosse a perda de pontos nestes quesitos, a Cubango – que recorreu da punição – até poderia pleitear o título. Mas como sua pontuação máxima seria 269,7, a agremiação de Niterói ficaria apenas com o terceiro lugar.