Em 1º de maio de 1994, o mundo se despedia de Ayrton Senna, um dos maiores pilotos de todos os tempos, no fatídico Grande Prêmio de Ímola, num incompreensível acidente na malfadada reta-curva Tamburello. Entretanto, três décadas após sua partida, sua chama continua viva, inspirando novas gerações e perpetuando seu legado como um herói brasileiro.
Senna não era apenas um piloto excepcional, mas um verdadeiro artista das pistas. Sua técnica apurada, aliada à coragem inabalável e à paixão pelo esporte, o consagraram, acima de tudo, como um ícone do automobilismo mundial.
Uma trajetória épica
Nascido em São Paulo, em 21 de março de 1960, Senna desde cedo demonstrou talento para o automobilismo. Aos 13 anos, já disputava corridas de kart. Desde sempre, Senna se mostrava arrojado nas pistas. Aos 14 anos, veio o primeiro título, o de campeão paulista júnior, em 1974. Dois anos mais tarde, o feito se repetiu.
Logo em seguida, vieram os títulos internacionais: campeão sul-americano de kart, em 1977 e 1980. Nesse ínterim, ganhou os brasileiros 1978, 1979 e 1980. A categoria ficou pequena para ele, apesar de dois vice-campeonatos mundiais, em 1979 e 1980. Então, tem início a sua vitoriosa jornada no automobilismo mundial.
Europa
Tão logo chegou na Europa para disputar o Campeonato Inglês de Fórmula Ford 1600, obteve impressionantes 12 vitórias em 20 corridas e o título de campeão. Porém, mesmo com o título, Ayrton sofria com a falta de patrocínios e voltou para o Brasil. Mas a pausa foi breve e, em 1982, Senna estava de volta à Europa, onde se tornou campeão europeu britânico de Fórmula 2000, com 22 vitórias em 27 corridas.
Fórmula 1
A fase antecessora da F1 teve fim em 1983, com o título de Senna da Fórmula 3. No mesmo ano, ele já realizava testes em equipes da Fórmula 1, como Willians e Mc Laren. No entanto, a estreia aconteceu pela modesta Toleman, em 1984. Mesmo com um carro inferior, já se destacava em diversas corridas na chuva e terminou o ano com 13 pontos conquistados e três pódios.
A era Lotus, entre 1985 e 1987, veio acompanhada da primeira vitória do piloto, no GP de Portugal, em Estoril, logo em abril do primeiro ano de equipe. Em 1985, terminou o mundial em 4º lugar, bem como em 86. Já em 1987, ficou entre os três primeiros colocados, atrás apenas de Nelson Piquet (campeão) e Nigel Mansel (vice).
Títulos
A era dos campeonatos de Senna aconteceu na Mc Laren, para onde se transferiu em 1988. Então, logo no primeiro ano, o primeiro campeonato. Mas uma grande rivalidade com o francês Alain Prost, companheiro de equipe se construiu desde então. Em 1989, ambos bateram na corrida do Japão. Injustamente, Senna acabou desclassificado e o título ficou com o francês, apesar do brasileiro ter voltado para a corrida e vencido a prova.
No ano seguinte, em 1990, Senna tinha a vantagem sobre Prost, e ambos bateram novamente na mesma curva do GP do Japão. Dessa vez, deu Senna.
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O tricampeonato aconteceu em 1991, mesmo ano em que Senna conquistou sua primeira vitória no Brasil. Ficou na Mc Laren até 1993, quando se transferiu para a Willians, em 1994, ano de sua morte.
A decisão de trocar de equipe veio depois de terminar em 4º lugar, o campeonato de 1992; e do vice-campeonato, em 1993. Naquela época, a Willians havia adotado o sistema de suspensão eletrônica, que dava enorme vantagem ao carro. A tecnologia começava a interferir na qualidade do piloto. Sedento por resultados, Senna queria ter um carro competitivo, que lhe desse condições de se tornar campeão novamente.
Contudo, o carro que ele tanto quis pilotar, lhe deu uma ingrata carona. Senna sequer pontou naquele ano, tendo abandonado os três primeiros GPs da temporada. Correu em Ímola pressionado por um resultado positivo, vendo o alemão Michael Schumacher despontar nas pistas, através de seu retrovisor.
Números
Os números de Ayrton Senna nas qualificações refletem seu talento e determinação, ao passo que sua capacidade de superar os limites e extrair o máximo do carro o consagrou como um dos maiores pilotos da história do automobilismo.
Pole Positions – 65
- Melhor Porcentagem: 40,3% (Pole Positions / Corridas Disputadas)
- Maior Número Consecutivas em um GP: 7 (GP de San Marino de 1985 a 1991)
- Maior Número em um GP: 8 (GP de San Marino de 1985 a 1991 e 1994)
- Maior Sequência: 8 (GP da Espanha de 1988 – GP dos EUA de 1989)
- 2º Maior Sequência: 7 (GP da Espanha 1990 – Mônaco 1991)
Primeiras Filas
- Consecutivas: 24 (GP da Alemanha de 1988 – GP da Austrália de 1989)
- Melhor Porcentagem em um Ano: 100% (Temporada de 1989)
Vitórias
- De Ponta a Ponta: 19
- No GP de Mônaco: 6 (1987, 1989 a 1993)
- Consecutivas em um GP: 5 (GPs de Mônaco de 1989 a 1993)
Por equipe
- Lotus – 6
- Mc Laren 35
Outros Destaques
- Único piloto a conquistar a pole position em todas as corridas de um mesmo ano (1989).
- Detém o recorde de poles em um único circuito (Mônaco, com 6).
- Ganhou 41% das corridas que largou na pole position.
Um legado que transcende as pistas
Além de suas conquistas esportivas, Senna era um símbolo de superação, fé e carisma. Sua personalidade humilde e autêntica o aproximou do público, que o admirava não apenas por suas habilidades na pista, mas também por sua força de caráter e seus valores.
Uma inspiração para milhões
A morte de Senna, aos 34 anos, em um trágico acidente no Grande Prêmio de San Marino, na Itália, em 1994, causou comoção mundial. Mas, mesmo após sua partida, seu legado continua inspirando milhões de pessoas ao redor do mundo.
30 anos de homenagens
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Ao longo dos últimos 30 anos, diversos eventos e iniciativas acontecem para homenagear Ayrton Senna. Museus, monumentos e ruas receberam seu nome, e sua história foi contada em livros, filmes e documentários.
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Senna: um herói eterno
Por fim, três décadas após sua morte, Ayrton Senna continua sendo um dos maiores ídolos do esporte brasileiro e mundial. Sua memória segue viva, principalmente na mente e no coração de seus fãs. Em suma, seu legado de superação, talento e fé inspira novas gerações a perseguir seus sonhos com garra e determinação.