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Senado realiza eleições para a Presidência e Mesa Diretora neste sábado com Lula e Bolsonaro do mesmo lado

Pacheco confia em acordo para aliviar dívidas dos estados

Atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), comandará às eleições para os cargos da Mesa Diretora da Casa | Jonas Pereira/Agência Senado

A eleição para a presidência do Senado e os cargos da Mesa Diretora acontece neste sábado (1º), e a disputa promete ser acirrada nos bastidores. Com início previsto para as 10h, a sessão definirá quem comandará a Casa pelos próximos dois anos.

A briga pelo cargo coloca no ringue pelo menos quatro candidatos oficiais, mas o nome que realmente movimenta as articulações é Davi Alcolumbre (União-AP), que até a tarde de sexta-feira (31) ainda não havia registrado formalmente sua candidatura. Todavia, isso pode ocorrer até instantes antes do início dos trabalhos. Ele tem o apoio do atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, bem como do governo Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Senador Davi Alcolumbre (União-AP) reúne o maior número de apoiadores, da esquerda à direita do espectro partidário | Moreira Mariz/Agência Senado

Os nomes confirmados na corrida são Marcos do Val (Podemos-ES), o primeiro a registrar candidatura, Eduardo Girão (Novo-CE), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Soraya Thronicke (Podemos-MS), que entrou na disputa na quinta-feira (30). Mas todos sabem que a verdadeira luta se desenrola longe dos holofotes, com promessas, acordos e trocas de favores.

O Poder Absoluto do Presidente do Senado

Não se engane: o presidente do Senado não é apenas um burocrata que bate martelo em votações. Ele preside o Congresso Nacional, dá posse ao presidente da República e pode barrar iniciativas que não lhe agradem. Com uma canetada, ele pode enterrar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e influenciar diretamente o destino de projetos que impactam a vida dos brasileiros.

Local onde a imprensa vai acompanhar os desdobramentos da eleição para o Senado neste sábado (01-02) | Andressa Anholete/Agência Senado

Local onde a imprensa vai acompanhar os desdobramentos da eleição para o Senado neste sábado (01-02) | Andressa Anholete/Agência Senado

Além disso, define a pauta do Senado e do Congresso, podendo decidir quais temas avançam e quais morrem antes mesmo de serem debatidos. É um jogo de cartas marcadas onde alianças políticas valem mais do que a vontade do eleitorado.

Regra do jogo: Eleição Secreta e Manobras nos Bastidores

A eleição do presidente do Senado ocorre em votação secreta, por cédulas de papel, e exige maioria absoluta: 41 votos entre os 81 senadores. Se ninguém alcançar esse número, os dois mais votados disputam um segundo turno, mas a exigência de 41 votos permanece.

Urna de votação que será usada na eleição para a Mesa Diretora do Senado neste sábado (01-02) | Andressa Anholete/Agência Senado

Urna de votação que será usada na eleição para a Mesa Diretora do Senado neste sábado (01-02) | Andressa Anholete/Agência Senado

Na sequência, às 11h, acontece a votação para os demais cargos da Mesa Diretora, composta pelos vice-presidentes, secretários e suplentes. A composição final é fruto de complexas negociações entre partidos, blocos parlamentares e interesses pessoais.

Comissões: onde o jogo real acontece

Embora o Plenário seja o palco das grandes votações, são as 16 comissões permanentes que fazem o trabalho pesado. Elas analisam projetos, convocam ministros, realizam audiências públicas e têm poder de vida ou morte sobre propostas antes que cheguem ao Plenário.

Sala das Comissões - Rodrigo Viana-Senado Federal

Sala das Comissões | Rodrigo Viana/Senado Federal

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por exemplo, tem 27 membros e é a mais disputada, pois decide sobre a constitucionalidade das propostas e conduz sabatinas de indicados ao STF e a tribunais superiores. Já a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) tem peso decisivo sobre as finanças do país, lidando com impostos, orçamento e políticas monetárias.

O Senado Nas Mãos de Quem

Rodrigo Pacheco teve o Senado nas mãos nos últimos 4 anos e teve seu nome cogitado para a presidência da República | Pedro Gontijo/Senado Federal

Rodrigo Pacheco teve o Senado nas mãos nos últimos 4 anos e teve seu nome cogitado para a presidência da República | Pedro Gontijo/Senado Federal

A composição das comissões reflete o equilíbrio de forças entre os partidos, mas também sofre influencia de acordos na eleição da presidência da Casa. Senadores negociam cargos e influência nos colegiados para garantir que seus interesses fiquem protegidos. O jogo de cadeiras não obedece apenas à proporcionalidade partidária, mas sim às articulações que rolam nos corredores do poder.

 

O que está em jogo

A eleição do próximo presidente do Senado impactará diretamente o governo federal, a relação com o Judiciário e o andamento de pautas econômicas e sociais. No centro da disputa estão projetos como a regulamentação da reforma tributária, o futuro do orçamento da União e a possibilidade de novos pedidos de impeachment contra ministros do STF.

Discussão em nome do "interesse público" | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Discussão em nome do “interesse público” | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Independentemente de quem vencer, uma coisa é certa: o Senado seguirá sendo um campo de batalha onde interesses individuais, conchavos e disputas de poder ditam as regras do jogo.

 

 

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