Um estudo alarmante da Universidade Federal Fluminense (UFF) revela um aumento preocupante na mortalidade materna no Rio de Janeiro durante a pandemia de Covid-19. A pesquisa, que analisou dados de 2018 a 2021, demonstra um dobro no número de mortes de mulheres em decorrência de complicações na gestação, parto e pós-parto.
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Em 2018, a taxa de mortalidade materna no estado era de 61,7 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos. Já no biênio 2020/2021, esse número saltou para mais de 130 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos, um cenário devastador que evidencia o impacto brutal da pandemia na saúde das mulheres.
A situação se torna ainda mais grave quando se considera a disparidade racial. Mulheres negras apresentaram uma taxa de mortalidade materna de 220 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos no biênio 2020/2021, um número exorbitante que expõe as profundas desigualdades sociais e raciais que permeiam o sistema de saúde brasileiro.
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O estudo, coordenado pela doutora em saúde pública Sandra Fonseca, da UFF, aponta para a necessidade urgente de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). É fundamental investir em equipes capacitadas para o pré-natal, garantir o acesso adequado a exames e tratamentos, e implementar estratégias que combatam as desigualdades raciais e de gênero no sistema de saúde.
“A gente precisa aumentar o investimento em saúde, ter equipes capacitadas para o pré-natal, usar estratégias de saúde para que a mulher realmente tenha o acesso e o número de consultas adequado”, enfatiza Sandra Fonseca.
A pesquisa da UFF serve como um alerta para as autoridades públicas e para a sociedade civil sobre a urgência de ações concretas para combater a mortalidade materna no Rio de Janeiro. É preciso garantir que todas as mulheres, independentemente de raça, cor ou classe social, tenham acesso a um atendimento à saúde de qualidade durante a gestação, parto e pós-parto.