
Renato Gaúcho dá aula de malandragem e garante vitória do Flu sobre a Inter | Marcelo Gonçalves/Fluminense
CHARLOTTE – Todo boleiro já ouviu Renato Gaúcho falando do DVD com seus melhores momentos. Quando está em seu “modo carioca”, Renight gosta de dizer que entregará o DVD para algum jogador aprender como se faz – e diz isso mesmo para os seus comandados. No jogo contra a Inter de Milão, não teve gol que ele precisasse mostrar como fazer, mas um lance talvez tenha sido fundamental para garantir a vitória tricolor.
Bola jogada para a lateral, Fábio voltando correndo para o gol e… Renato dá um biquinho na bola e impede que Henrikh Mkhitaryan, o meio-campista armênio da equipe italiana, batesse rapidamente o lateral e criasse uma chance de gol para o time italiano. A confusão que se seguiu, com peitadas, empurrões e provocações, deu uma esfriada no time da península e nada de gol. E pouco importa se, pela regra, ele deveria ter sido expulso. Levou amarelo, mas não o gol.
Esse tipo de malandragem, que para os mais puros, ou tristemente politicamente corretos dos tempos atuais, anda fazendo falta no futebol das arenas. Difícil, hoje, ver-se algum tipo de recurso assim. São treinadores de terno, sapatos de cromo e pouco envolvimento com o que acontece dentro de campo. Não vejo Guardiola fazendo coisa semelhante, mas ele também vive o jogo. De outra forma, é verdade, mas vive. Transmite te(n)são para seus comandados.
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Tite? Nem pensar. O treinador do Botafogo, Renato Paiva, também não. Abel Ferreira, do Palmeiras, talvez tenha sangue nas veias para fazer algo semelhante. Só que, até agora, só quem fez foi Renato Gaúcho. O único treinador brasileiro entre os oito times que seguem na Copa do Mundo de Clubes – o técnico palmeirense é português, não esqueçam. É aquela mescla de gana gaúcha com esquina carioca. É Renato Gaúcho, na mais pura essência da malandragem.