Brasil registra maior queda de nascimentos em 20 anos

Brasil registra maior queda de nascimentos em 20 anos | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A queda de nascimentos no Brasil atingiu 5,8% em 2024 e marcou o maior recuo registrado nos últimos 20 anos. O país registrou pouco mais de 2,38 milhões de nascidos vivos, contra 2,52 milhões em 2023. O número confirma a tendência de baixa observada desde 2019 e aprofunda o ritmo de declínio da natalidade.
Queda reforça mudança demográfica no país
Segundo o IBGE, o resultado acompanha o envelhecimento da população e a redução do número de mulheres em idade reprodutiva. A gerência da pesquisa destaca que as brasileiras têm tido menos filhos ao longo dos anos, fenômeno já comprovado pelo Censo 2022.
Especialistas apontam fatores culturais, econômicos e estruturais como motores dessa mudança. Com menos mulheres entre 15 e 49 anos, o total de nascimentos naturalmente diminui.
Março lidera como o mês com mais partos
O país registrou médias diárias de 6,6 mil nascimentos — cerca de 275 por hora. Março ocupou o topo do ranking anual, com 215,5 mil registros, seguido por maio, abril e janeiro. No lado oposto, novembro e dezembro tiveram os números mais baixos.
Os dados também mostram que, em 2024, nasceram mais meninos que meninas. Para cada 100 bebês do sexo feminino, houve 105 do masculino.
Mães brasileiras têm filhos cada vez mais tarde
Ao longo dos últimos 20 anos, as brasileiras passaram a adiar o primeiro filho. Em 2004, mais da metade das mães tinha até 24 anos no momento do parto. Em 2024, essa proporção caiu para 34,6%.
O Norte segue com a maior presença de mães adolescentes, liderado pelo Acre, onde 19,8% dos partos ocorreram em mulheres com até 19 anos. Já o Distrito Federal aparece no extremo oposto, com quase metade das mães acima dos 30 anos.
Registros fora do município seguem comuns no país
Os dados mostram que 34,3% dos nascimentos ocorreram em unidades de saúde situadas fora do município de residência da mãe. Sergipe e Pernambuco lideram o ranking, ambos acima dos 58%.
Entre as grandes cidades, Belford Roxo, Jaboatão dos Guararapes e Aparecida de Goiânia têm as maiores proporções de partos realizados fora do município da família.
Registros tardios seguem caindo
Além dos nascidos no ano, 65,8 mil registros se referem a anos anteriores, mas foram oficializados apenas em 2024. Ainda assim, a maioria dos registros segue dentro do prazo legal: 88,5% ocorreram nos primeiros 15 dias após o parto, e quase 99%, em até 90 dias.
A integração de hospitais e cartórios, garantida pelo Marco Legal da Primeira Infância, ampliou a agilidade dos registros e reduziu atrasos históricos.



























