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Quatro escolas fecham desfile do Grupo Especial com reflexões, homenagens e encantamento

Quatro escolas fecham desfile do Grupo Especial com reflexões, homenagens e encantamento | Divulgação

A última noite de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí promete ser um espetáculo de emoção, crítica social e celebração da cultura brasileira. Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela levam à avenida enredos que mergulham no futuro, na luta por direitos, na riqueza da Amazônia e na obra de um dos maiores nomes da música popular brasileira.

Com o novo formato do Estandarte de Ouro, o Oscar do Samba, as escolas já têm Imperatriz Leopoldinense e Salgueiro como finalistas, aguardando o desfecho da disputa após as apresentações desta noite. Pela primeira vez, o desfile acontece em três noites, e o equilíbrio entre as agremiações tem sido a tônica da competição.

Ordem dos desfiles do terceiro dia do Grupo Especial 2025 no Rio:

Terça-feira (04)
  • Mocidade (22h)
  • Paraíso do Tuiuti (entre 23h30 e 23h40)
  • Grande Rio (entre 0h50 e 1h10)
  • Portela (entre 2h10 e 2h40)
Mocidade Independente: uma viagem intergaláctica para refletir sobre o futuro

A Mocidade Independente de Padre Miguel abre a noite com o enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”. Sob o comando dos carnavalescos Renato e Márcia Lage, a Estrela Guia da Zona Oeste promete uma jornada cósmica que vai dos mistérios do Universo à era tecnológica. A escola questiona os rumos da humanidade, refletindo sobre a imersão no mundo digital, as relações humanas em um planeta hiperconectado e a busca incessante por progresso.

Com fantasias e alegorias que misturam futurismo e tradição, a Mocidade quer provocar o público a pensar sobre suas raízes e o que está por vir. Zé Paulo Sierra, no comando do samba-enredo, guiará a agremiação em uma apresentação que promete ser didática, emocionante e repleta de lirismo. A bateria “Não Existe Mais Quente”, comandada por Dudu, e a rainha Fabíola Andrade completam o time que busca reconquistar o brilho de outrora.

Paraíso do Tuiuti: um grito por respeito e visibilidade

O Paraíso do Tuiuti chega à avenida com o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, uma homenagem à primeira travesti não indígena documentada no Brasil. Sob a batuta do carnavalesco Jack Vasconcelos, a escola de São Cristóvão usa o Carnaval como palco para denunciar a violência contra pessoas trans e travestis, colocando o Brasil no centro do debate como o país que mais mata essa população.

Com um tom sarcástico e popular, a Tuiuti promete um desfile impactante, repleto de cores e críticas sociais. A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) e outras 28 personalidades da luta pela visibilidade trans estarão presentes, ao lado de passistas transsexuais que homenageiam Eloina dos Leopardos, a primeira rainha de bateria trans da história do Carnaval. Pixulé, no microfone, e a bateria “Super Som”, comandada por Marcão, garantem o ritmo dessa manifestação artística e política.

Acadêmicos do Grande Rio: um mergulho nas águas encantadas da Amazônia

A Acadêmicos do Grande Rio navega pelas águas da encantaria amazônica com o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”. A escola de Duque de Caxias conta a história de três princesas turcas que, após atravessar os Portais da Encantaria, chegam ao Pará e se tornam protetoras da Amazônia. Rebatizadas como Arara Cantadeira, Jiboia Vigilante e Onça do Meu Destino, elas são iniciadas no culto da Jurema, uma tradição afro-indígena.

Com um samba-enredo que incorpora o Carimbó, ritmo típico do Pará, a Grande Rio promete um desfile visualmente deslumbrante, repleto de cores, mitos e elementos da cultura amazônica. A rainha de bateria Paolla Oliveira e o intérprete Evandro Malandro lideram a agremiação, que busca emocionar o público com uma narrativa mágica e cheia de simbolismo.

Portela: uma procissão em homenagem a Milton Nascimento

Fechando a noite, a Portela faz história ao homenagear Milton Nascimento, o Bituca, em vida. Com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol”, a Águia de Madureira celebra a obra do artista, que se tornou a trilha sonora de gerações. A escola retrata a jornada de Milton desde o Rio de Janeiro até Minas Gerais, onde cresceu, destacando como sua música atravessou fronteiras e marcou a identidade cultural do Brasil.

As alegorias, em formato de andores, representam os fãs em uma procissão rumo à coroação do ídolo. Gilsinho, no microfone, e a bateria “Tabajara do Samba”, comandada por Nilo Sérgio, garantem o ritmo dessa celebração. A presença de Milton Nascimento no desfile promete ser um momento de êxtase, encerrando a noite com chave de ouro.

A espera pelo título

A apuração das notas acontece na Quarta-Feira de Cinzas (5), na Cidade do Samba, na Gamboa. A campeã de 2025 e as outras cinco melhores escolas retornam à Sapucaí no sábado (8) para o Desfile das Campeãs.

Já a última colocada será rebaixada para a Série Ouro. Enquanto isso, a Sapucaí se prepara para mais uma noite de magia, crítica e celebração, provando que o Carnaval é, acima de tudo, a festa da vida.

 

 

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