Uma noite marcada pela tensão e violência em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, terminou com a morte de quatro milicianos após um intenso confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil. A operação ocorreu na quarta-feira (24), às margens da BR-465, que liga Seropédica à Zona Oeste do Rio.
A ação trouxe à tona a brutalidade das milícias que atormentam a região. Dos quatro mortos, o Folha do Leste apurou o “vulgo” um deles: Pablo Zoio, que já havia sido preso em operação policial da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Draco), em novembro de 2022.
O Confronto e a Perseguição
Por volta das 23h, equipes do Núcleo de Operações Especiais (NOE-RJ) da PRF identificaram dois veículos suspeitos trafegando juntos na BR-465. A ordem de parada foi ignorada pelos ocupantes, que dividiram-se em fuga. Rapidamente, o grupo criminoso abandonou um dos carros. Logo, em seu interior os agentes encontraram um celular e um carregador para fuzil calibre 7,62mm.
A perseguição ao segundo veículo foi mais dramática. Os milicianos abriram fogo contra os policiais, desencadeando um confronto fatal. Os quatro ocupantes do carro foram baleados. Apesar de socorridos para o Hospital Pedro II, em Santa Cruz, não sobreviveram. Eles estavam fortemente armados com fuzis, evidenciando o perigo que representavam.
Um Arsenal Apreendido
A operação resultou na apreensão de um arsenal impressionante: quatro fuzis, 16 carregadores, 392 munições, dois carros, seis telefones celulares, cinco placas balísticas, três capas táticas, duas balaclavas, três chaves de veículos, um traje ghillie e um par de coturnos. Por fim, constatou-se que haviam registros de roubo dos veículos utilizados pelos bandidos. Enquanto um caso aconteceu na Zona Norte, o ocorreu na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A Milícia de Juninho Varão
A identidade dos milicianos revelou sua ligação com Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o Juninho Varão. Antigo aliado de Danilo Dias Lima, o Tandera, Juninho Varão assumiu o controle de uma milícia poderosa após um golpe interno.
Desse modo, ele comanda atividades criminosas em bairros como Cabuçu, Palhada, Valverde e Grão Pará, em Nova Iguaçu, disputando territórios com o grupo de Luís Antônio Braga, o Zinho.
Histórico Criminoso e Investigação
Em suma, Juninho Varão se trata de um nome conhecido pelas autoridades. Principalmente, por suas diversas anotações criminais por homicídio, tortura e organização criminosa. Ele responde pelo controle financeiro da milícia, assim como participa ativamente da compra de armas e munições.
Enfim, sua aliança com Tauã Oliveira, o Tubarão, morto recentemente, o coloca no centro das investigações. Sobretudo, como possível sucessor no comando das operações criminosas.
Embora as fotos dos cadáveres tenham vazado, optamos por não publicá-las nesta reportagem.